HPV pode ser causa da alta incidência do câncer de útero

O professsor Marcus Vinícius estuda os possíveis efeitos da vacina do HPV

O Papilomavírus humano (HPV) é um vírus que infecta a pele e as mucosas no corpo humano. Já são conhecidos mais de 200 tipos de HPV, mas a vacina atualmente distribuída combate apenas quatro tipos do vírus. O câncer do colo do útero é das consequências mais graves da evolução da infecção pelo vírus.

Com objetivo de mapear os tipos de HPV que circulam em Sergipe, o professor doutor em Genética Marcus Vinícius de Aragão Batista, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), está coordenando um estudo para avaliar de forma mais eficiente os possíveis efeitos da vacina que foi implantada no Brasil sobre os tipos de HPV circulantes em Sergipe.

O pesquisador Marcus Vinícius alerta que já são conhecidos hoje mais de 200 tipos de HPV, sendo que 13 são considerados de alto risco e seis potencialmente de alto risco. Os vírus considerados de alto risco são os tipos associados com o desenvolvimento de câncer, principalmente no colo do útero.

“Um grande problema do HPV é a alta incidência do câncer do colo do útero nas mulheres. A gente tem aproximadamente 16 mil casos de câncer do colo do útero surgindo a cada ano no Brasil. Um risco de aproximadamente 16 casos para cada 100 mil mulheres. Em Sergipe, temos uma média mais alta do que a nacional. Temos aproximadamente 20 casos para cada 100 mil mulheres. Existe um número alto aqui de casos e não sabemos quais os tipos de HPV que estão circulando na região. A ideia primordial é a gente fazer uma busca dos tipos de HPV que estão circulando para pensar em um monitoramento e na eficácia da vacina na região”, explica o pesquisador.

Estudos

No primeiro momento do estudo, o pesquisador Marcus Vinícius está fazendo uma triagem na população, principalmente, de mulheres que tiveram problemas no colo do útero, em parceria com o Centro de Atenção Integral a Saúde da Mulher (Caism). Através dessas amostras, o pesquisador está realizando uma análise da presença do HPV e da genotipagem para saber o tipo de vírus. Já foram realizadas a genotipagem em mais de 200 pessoas. A pesquisa vem sendo realizada no Laboratório de Genética Molecular e Biotecnologia da UFS com o financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec/SE), através do Programa de Pesquisa para o SUS.

“Já estamos encontrando uma alta frequência de alguns tipos de HPV que não são muito relacionados em outras regiões. Apesar do tipo mais frequente encontrado até o momento ser o HPV16, também frequente no resto do mundo, outros tipos estão circulando por aqui com frequência relativamente alta e podem estar associados ao desenvolvimento do câncer do colo do útero, sem ser combatido pela vacina disponível no SUS”, ressaltou.

Ainda segundo Marcus Vinícius, o HPV é um vírus bem pequeno e está relacionado com o contato sexual, mas o contágio também pode ocorrer através do contato direto da pele e/ou mucosa que apresenta a lesão. “O grande problema é que muitas vezes a pessoa tem contato com esse vírus através de uma relação sexual, mas a paciente não sente nada nos primeiros anos. A persistência da infecção pelo vírus no corpo da mulher, pode progredir para uma lesão cancerígena. O principal foco do combate ao câncer do colo do útero é fazendo exames periódicos porque caso tenha algum indício da lesão, o tratamento pode ser realizado rapidamente, além da utilização da vacina para evitar que a infecção se instale”, alertou Marcus Vinícius.

O HPV é um vírus que também atinge homens e pode estar relacionado ao câncer de pênis, ânus e boca. Entretanto, a lesão nos homens é mais exposta, mais fácil de ser identificada e o tratamento ser realizado de forma mais rápida. Ainda segundo Marcus Vinícius, o vírus pode demorar cerca de 10 anos para se manifestar no corpo.

Sintomas

A principal lesão do HPV são as verrugas (papilomas), um sintoma clássico do papilomavírus. No órgão genital, quando é externa é fácil de ser identificada, mas no caso das mulheres, se as lesões são mais internas (no colo do útero, por exemplo), dificulta a identificação tornando-se persistente. Para prevenir contra o HPV, a principal orientação é fazer exames de rotina como o Papanicolau, usar preservativo (apesar de não proteger totalmente o indivíduo), evitar o contato direto com pessoas que apresentem a lesão e a utilização da vacina.

O pesquisador Marcus Vinícius ressalta que a vacinação é muito eficaz quando ainda não houve contato com o vírus. “Como o HPV é um vírus muito disseminado, quando as pessoas iniciam sua vida sexual, provavelmente vai ter contato um dia ou outro com o vírus. A ideia é vacinar pessoas antes de iniciar a atividade sexual, por isso o SUS disponibiliza a vacina para meninas de 9 a 11 anos”.

Fonte: Fapitec

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