A agenda de muitas crianças está mais cheia que a de adultos. Há sempre atividades para preencher o tempo livre: curso de idiomas, natação, reforço escolar e outras ações que visam não deixar as crianças “paradas”. Mas até que ponto uma rotina cheia de afazeres pode ser totalmente benéfica? A prática de ioga voltada para os pequenos, por exemplo, busca uma “desaceleração” desse cotiano quase sempre atarefado e estressante.
“A leitura que a criança tem da vida vem a partir da rotina. Como as famílias lidam com as situações de ócio da criança? Hoje em dia elas estão sempre fazendo alguma coisa”, avalia a psicóloga e coach de ioga terapêutico, Katita Jardim. Para ela, as crianças perderam a noção de como as coisas obedecem a processos determinados. Elas estão sempre querendo, pedindo, ou seja, vivendo num imediatismo constante.
“Quando a gente faz ioga começa a se perceber e a se olhar de um ângulo que normalmente a gente não tem consciência. De dentro de nós para dentro de nós. A ideia é conseguir entrar em contato com você mesmo”, diz. A prática de ioga atrelada à meditação fornece a criança um equilíbrio de emoções e sensações, fazendo-as controlar o impulso de situações que acontecem no seu dia-dia.
Katita afirma que as aulas para crianças, geralmente entre 5 e 9 anos, são mais flexíveis – em relação a dos adultos – pois os exercícios a serem feitos vão acompanhando o ritmo delas. “Nas aulas para crianças há uma flexibilidade. A gente introduz as posições e respirações no meio das brincadeiras”, resume. Ainda de acordo com ela, os resultados, embora varie de criança para criança, são perceptíveis já na primeira sessão. “A criança passa a ter noção de outras possibilidades dentro dela. Então, por exemplo, uma criança agitada começa a perceber que ela consegue criar um espaço de calma para viver situações que podem se apresentar de várias formas”, destaca.
Para a advogada Elisa Barbosa, mãe de Flora, de 5 anos, a mudança no comportamento da filha contribuiu para uma relação mais harmoniosa entre ambas. “Ela está menos agitada. Consegue entender melhor o que eu preciso. A calma dela vai me estabilizando também”, afirma. Flora está fazendo as sessões de ioga há três meses e, ao longo desse tempo, sua hiperatividade diminui, contribuindo positivamente na sua relação com os amigos de escola.
Katita vê em Flora uma dos principais frutos do ioga: a inteligência emocional aliada ao conecta-se consigo mesmo. “A ideia final é que a criança aprenda a lidar com os outros, que ganhe protagonismo, adquirindo autonomia e criatividade para lidar com a rigidez do mundo que se apresenta como algo inalterado”, finaliza.
A psicóloga e terapeuta Katita Jardim pode ser encontrada por meio da rede social: https://www.instagram.com/bem.yoga/
Por João Paulo Schneider e Aisla Vasconcelos
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