
Com os recentes casos de intoxicação por metanol que vêm chamando a atenção do Brasil, o Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), explica as diferenças químicas entre o etanol presente em qualquer bebida alcoólica e o metanol. O consumo de bebidas contendo o componente químico, adicionado em altas doses, pode ser letal.
A química e coordenadora do Laboratório de Química Orgânica do ITPS, Brenda Santos, explica que o metanol é um tipo de álcool, assim como o etanol, utilizado nas bebidas alcoólicas, mas tem propriedades químicas e usos diferentes. “O etanol pode ser utilizado em bebidas, pois o organismo consegue digerir dentro de certos limites. Já o metanol é usado na indústria, como solvente em laboratório e como combustível. Não deve ser ingerido”, orienta.
Brenda, que lida com o metanol diariamente em suas análises de agrotóxicos, alerta que a ingestão do produto químico é altamente nociva à saúde. “Ao ingerir o metanol, o corpo transforma o metanol em formaldeído e ácido fórmico, substâncias altamente tóxicas, que podem causar cegueira irreversível e até a morte. Por isso, mesmo que seja ingerido em pequenas quantidades, o metanol é extremamente perigoso”, ressalta.
A química também alerta que, em casos de ingestão acidental, a pessoa deve procurar imediatamente atendimento médico.
A diretora técnica do ITPS e química industrial, Lúcia Calumby, reitera a importância de alertar a população sobre os perigos presentes no produto e como o produto aparece nas bebidas.
“O metanol pode surgir em quantidades traço durante a fermentação devido à degradação da pectina, sem riscos à saúde. O perigo está na adulteração da bebida, ou seja, quando é adicionado em doses que podem ser letais. Por isso, é importante alertar a população sobre a diferença e as consequências da ingestão acidental do metanol”, diz Lúcia.
Sobre o laboratório
O Laboratório de Química Orgânica (LABORG) realiza ensaios analíticos para atender a demanda de indústrias e produtores rurais do estado, com foco em alimentos e resíduos industriais. Ele foi criado para ampliar a capacidade de análise em Química Analítica Orgânica e atua em conformidade com as normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).
Fonte: ASN