Jovens também apresentam o diagnóstico do Alzheimer

Seminário discute prevenção contra o Alzheimer (Foto: Portal infonet)

‘Uma história que começa silenciosa, segue lentamente e aos poucos desmancha suas memórias’. Assim é definida a doença de Alzheimer que atinge cerca de 1,2 milhões de pessoas no Brasil. Pesquisas apontam que a doença está também atingindo um grande número de jovens.

Com o objetivo de informar e manter o familiar atualizado sobre os avanços para o tratamento a doença está sendo realizado O III Seminário de Abordagem Multidisciplinar sobre os Aspectos da Doença Alzheimer, na sede da Sociedade Médica de Sergipe (Somese). Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Alzheimer Regional Sergipe, Maria Suzana Souza, o evento é uma oportunidade de tirar dúvidas dos familiares e conhecer mais sobre a doença.

No período da manhã uma palestra sobre ‘Envelhecimento Humano’ foi ministrada  pelo  geriatra  Antônio Claúdio neves.  A ABRAz alerta que o dignóstico da doença é fundamental para que o paciente possa viver mais. “Como a doença aparece de forma silenciosa muitos já descobrem em estágios avançados, por isso é importante os familiares estarem atentos a mudanças de comportamento. Esquecimentos caracterizados pro repetições é sinal de alerta”, explica Maria Suzana.

Estudante perdeu a avó há cinco anos

O Alzheimer é uma doença degenerativa grave que acomete mais a pessoas acima dos 50 anos, mas atualmente pessoas mais jovens já estão apresentando o diagnóstico da doença. “A sobrecarga do dia-a-dia pode levar a desenvolver a doença. Excesso de informações, dormir pouco, estresse e depressão são as principais causas que tem levando a doença a atingir esta faixa etária mais jovem”, informa.

Alguns estudos mostraram que manter atividades intelectuais como a leitura, jogos que exercitam o cérebro, a exemplo de palavras cruzadas, além de praticar uma  atividade física são formas de prevenção contra o Mal de Alzheimer.

A estudante de Enfermagem Neyara Prado perdeu a avó há cinco anos com o agravamento da doença, que foi motivada pela depressão. Ela explica que o desconhecimento da doença levou a um diagnóstico tardio. “A gente achava era comum de a idade ela esquecer de algumas coisas, mas se tornou frequente. Ela lembrava só de coisas passadas e quando levamos ao médico já estava em estágio avançado”, conta.

Presidente da ABRAz Sergipe orienta a como lidar com o paciente

De acordo com a estudante, com o agravamento da doença a avó deixou de andar e não conseguia controlar as necessidades básicas, além afetar o coração. “ É preciso te muita paciência e informação para saber como lidas, pois situações que ficamos sem saber o que fazer”, diz Neyara.

Sintomas

Os familiares devem estar alertas aos principais sintomas da doença para que o tratamento possa ser iniciado o mais rápido. Os principais sintomas são: esquecimento caracterizado por repetições, falta de atenção e dificuldade de concentração,  perda de autonomia, mudanças de comportamento como desconfiança, depressão e irritação.

Com o diagnóstico da doença, a rotina familiar é alterada. Havendo, principalmente a sobrecarga dos familiares  com responsabilidades para garantir a higiene, nutrição e bem estar do paciente. A médica Maria Suzana orienta  aos familiares a nunca contestar quando o doente  chamar por outro nome. “Se chamar por outro nome, o familiar não pode contestar, pois pode provocar uma irritação e como conseqüência  a agressividade. Ele vai procurar o nome e não vai encontrar, pois não há lembranças.

Tratamento

A doença não tem cura e não é possível impedir o avanço, mas existem dois tipos de tratamento que podem tornar a evolução mais lenta: o uso de medicamentos e prática de exercícios que pode tornar o paciente mais ativo.
A presidente da ABRAz/SE  Maria Suzana recomenda aos familiares estimular a memória com exercícios. “O paciente pode fazer palavras cruzadas, incentivar a leitura, ou até mesmo contar histórias para o paciente não perder informações” destaca.

Por Adriana Freitas e Kátia Susanna