Lavandeiras são os principais pontos de criadouros de dengue

Nesta quarta-feira, 24, os agentes atuam no município de Ribeirópolis (Foto: Flávia Pacheco/SES)

A Brigada Itinerante de Combate à Dengue, gerida pela Fundação Estadual de Saúde (Funesa), órgão da Secretaria de Estado da Saúde (SES), esteve na terça-feira, 23, no município de Areia Branca. Desta quarta-feira, 24, até a sexta-feira, 26, os agentes atuam no município de Ribeirópolis.

Com alto índice de infestação do mosquito aedes aegypti, os municípios contam com uma força-tarefa de 50 agentes de endemias que têm a missão de educar a população para os cuidados domésticos contra a doença e eliminar os criadouros do mosquito, interrompendo o seu ciclo de vida.
Em Areia Branca foram visitados domicílios de três áreas da sede do município e dois povoados, pontos mais críticos em adoecimento de dengue e em infestação do mosquito, segundo informou o coordenador da brigada, Edvaldo Pereira Maciel, salientando que em cada imóvel que chega o agente de endemias começa pelas orientações de prevenção, segue com a eliminação dos pequenos criadouros , por último, e se necessário, aplica o tratamento químico nos locais onde não é possível destruir os criadouros, como lavanderias e caixas d’água.
O tratamento químico é a base de larvicida, que é aplicado na quantidade equivalente ao volume de água existente no reservatório. Para isso, os agentes andam com o produto e uma medida para evitar erros na aplicação. “É importante frisar que a função da brigada é desenvolver um trabalho educativo, de consciência da população em relação às endemias. E é isso que fazemos após a abordagem ao proprietário do imóvel. No entanto, vamos mais além neste momento, atuando também na interrupção do clico do aedes, tanto para eliminar as larvas, como para orientar como se fazer”, disse Edvaldo Maciel.
Campeão de criadouros
 É a lavanderia o reservatório de água que lidera a incidência de criadouros, segundo atesta o coordenador da força-tarefa. Em muitos imóveis a situação chega a ser crítica e aí é preciso que o agente de endemias assuma a tarefa de higienizá-la, adotar o tratamento químico e orientar sobre a manutenção da limpeza da peça. Na sequência estão as caixas d’água, como destacou Edvaldo Maciel, acrescentado que diariamente são visitados entre 1.400 e 1.500 domicílios, ficando para cada agente de endemias uma média de 30 a 35 imóveis.
Nos domicílios
Uma constatação preocupante da força-tarefa, segundo o coordenador, é que os focos do mosquito aedes aegypti estão dentro dos imóveis. “Terrenos baldios apresentam uma baixa incidência em relação à situação dos domicílios e isso nos preocupa porque significa dizer que o cidadão está deixando de fazer o seu papel, provavelmente por falta de informação”, declarou Maciel.
A moradora do povoado Mania de Cima, Joana Vital, 80 anos, acha importante o trabalho dos agentes. “Já tive dengue uma vez e procuro evitar criadouros em casa”, garantiu. Na oportunidade, os agentes fizeram algumas observações e orientaram a família sobre como higienizar os reservatórios de água e mantê-los sem a ameaça do mosquito.
Já na casa de Laiane Thiara dos Santos Silva, 25 anos, os agentes encontraram tudo dentro do que é esperado. Há um ano e meio ela teve chikungunya e o esposo, dengue. A sua experiência pessoal foi tão traumática que, desde então, não descuidou do aedes aegypti. “Eu tenho um tonel de água que fica o tempo todo tampado e vedado com um plástico, enquanto a lavanderia é lavada a cada três dias”, disse ela, lembrando que quando adoeceu precisou ir para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) de cadeira de rodas porque não sentia as pernas. Até hoje, segundo ela, sofre sequelas da chikungunya.
Fonte: ascom SES

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