Máquina de radioterapia funciona em fase de testes

Avaliação é da Comissão de Saúde após inspeção no Huse (Foto: OAB/SE)

A Secretaria de Estado da Saúde (SES/FHS) informou nesta quinta-feira, 24, que o acelerador linear do serviço de radioterapia do Centro de Oncologia do Huse já voltou a funcionar em fase de testes, e que ele foi reparado na metade do tempo previsto. A quebra do aparelho e a deassistência as pacientes com câncer foi retratada em diversas máterias do Portal Infonet.

Ainda de acordo com a SES, a máquina está funcionando inicialmente em dois turnos, enquanto são finalizados os ajustes no acelerador e na refrigeração, e poderá ainda sofrer ajustes e manutenção preventiva durante os próximos 30 dias.

Foi estabelecido pela Direção do Centro de Oncologia que o retorno dos pacientes será de acordo com a determinação do corpo clínico, obedecendo única e exclusivamente os critérios e protocolos médicos.

A SES disse ainda que o corpo clínico da Oncologia está providenciando a relação de prioridade dos pacientes que irão retornar e a gerência da unidade fará contato.

Relatório da OAB

Após inspeção no setor de oncologia do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), a Coordenadoria de Saúda da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil/ Seccional Sergipe (OAB/SE) avaliou que o Estado age com descanso quanto à assistência aos pacientes oncológicos de Sergipe. Em nota, a OAB/SE cobra medidas urgentes para a solução dos problemas na oncologia do Huse.

O coordenador de Saúde da OAB/SE, Rodrigo Vasco, destaca a situação encontra durante a inspeção. “O nosso estado optou infelizmente por não priorizar o tratamento oncológico. Não existe nenhum planejamento para atender a crescente demanda de casos de câncer. Por mais previsível que tem sido o surgimento de novos casos, o Estado tem apenas um equipamento de radioterapia para atender sua população, isso porque o equipamento que existe no Hospital de Cirurgia não abrange o tratamento de muitos pacientes, por conta da particularidade de alguns casos”, registra.

De acordo com Rodrigo Vasco, as informações trazidas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) não servem de alento para os pacientes, já que a quebra do aparelho é corriqueira e dura anos sem que nenhuma providência efetiva seja tomada. “Jogar nesse momento a responsabilidade do tratamento oncológico para os municípios é passar por cima da Portaria Nº 874, de 16 de maio de 2013, que diz em seu artigo 23, inciso VIII: garantir e acompanhar o processo de implantação e manutenção dos RHC dos serviços de saúde habilitados como Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) ou Centros de Alta Complexidade em Oncologia (CACON). Não restando dúvidas quanto à responsabilidade do Estado de Sergipe na questão”, esclarece.

Novo Equipamento

A superintendente do HUSE, Lícia Diniz, explica que a solução dos problemas na oncologia esbarra em dificuldades, já que o aparelho de radioterapia trabalha de forma complexa e tem um processo de aquisição também complexo. “O estado já está adquirindo um novo acelerador linear e a previsão é que chegue daqui a um ano porque a gente ainda tem que construir a casamata, que é um local bem reforçado e baritado para que o aparelho fique sem que haja fuga de radiação. Já houve a licitação, o Ministério da Saúde já esteve aqui, analisou o local e a construção já vai ser iniciada, com previsão de dois meses para término. Depois da construção, são sete meses para o aparelho chegar”, detalha.

Ainda de acordo com Lícia, os problemas identificados são recorrentes do chiller, que é um imenso ar-condicionado que serve para resfriar o aparelho, cujo funcionamento só pode ser realizado na temperatura de 13º graus. “Para manter a temperatura, a gente precisa do chiller. O que temos possui no mínimo 16 anos. A tubulação está ruim e as bombas que fazem a água dentro do aparelho girar para resfriar o acelerador linear estão velhas. Bombas novas foram compradas e estão chegando dentro de duas semanas. Também foi comprado um chiller novo que vai chegar dentro de 60 dias”, completa.

A superintendente diz a manutenção do equipamento também é um problema. “A empresa, que deveria ser a responsável, está proibida de fazer contratos de manutenção no país. Foi necessário que outra empresa fizesse toda a conformação documental para que houvesse uma licitação e um novo contrato de trabalho, sendo finalizado na última semana. Atualmente, a manutenção do acelerador estava sendo feito através de ordem de serviço, o que gerava morosidade para que o aparelho voltasse a funcionar”, justifica.

Com informações da OAB/SE

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