Marcha pelo parto humanizado acontece em Aracaju

(Fotos: Portal Infonet)

Sebastiana e Irmã Terezinha falam sobre os benefícios do parto natural 

Em Sergipe, parturientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não contam com um acompanhante durante o parto. A afirmação é da coordenadora do Movimento Popular de Saúde, Simone Maria Leite Batista. “Nas maternidades onde a parturiente tem um plano de saúde é possível ter um acompanhante durante o parto. É importante que a mãe esteja segurança, acolhida e rodeada de pessoas que a amam e a conhecem. No SUS o que acontece atualmente é que você realiza o pré-natal com um médico e vai ter o parto com outro”, observa.

Neste domingo, 5, dezenas de pessoas participaram da Marcha pela Humanização no Parto. “Nossa intenção é possibilitar um diálogo aberto com a sociedade sobre as bandeiras que têm sido discutidas sobre a humanização do parto internacionalmente”, ressalta a psicóloga Silvia Anjos.

Atuando há mais de 16 anos em partos humanizados, a Irmã Terezinha de Sá Barreto, lembra que o parto natural garante a mãe e a criança uma melhor recuperação. “Temos que lutar e fazer com que as grávidas conheçam os benefícios do parto humanizado. A importância de não colocar em risco a vida da criança através de uma cirurgia. É preciso evitar a castração porque a cesariana sem necessidade é uma violência para a mãe e para o bebê”, ressalta.

Mãe de nove filhos, Sebastiana Florêncio, lembra que o parto humanizado proporciona uma melhor recuperação para a mulher. “Não é preciso abrir a barriga, realizar um procedimento cirúrgico e logo após o parto a mulher se recupera rapidamente sem complicações”, fala.

A médica sanitarista e professa da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Priscilla Batista, ressalta que é preciso investimentos. “É preciso investir nos profissionais para que eles incorporem condutas que levem em conta o bem-estar da mãe e do bebê. Não podemos perder tempo. Já enfrentamos e ganhamos em muitos lugares e reduzimos as altíssimas taxas de mortalidade materna e infantil, agora é a hora de diminuirmos nossas taxas de cesáreas e cuidarmos deste momento tão especial que é o nascimento de um bebê. E não tem por que ser ruim ou violento: tem de ser bom! Tem de respeitar a mulher e suas escolhas. Muito já evoluímos em técnicas cirúrgicas e precisamos aproveitar isso a nosso favor”, enfatiza.

O movimento busca chamar atenção para as “violências obstétricas” que acontecem hoje no Brasil, no qual as mães sofrem direcionamento de cesárea desnecessária, direcionamentos de puxos, limitação de posições para o parto, exames de toque repetidos, agressões e ameaças verbais, restrição do contato mãe-bebê, violação do direito ao acompanhante de parto, restrição da deambulação (caminhadas) durante o trabalho de parto, ficando obrigadas
a manter-se na posição deitada, além de raspagem dos pelos e outras intervenções invasivas e desnecessárias.

“Nós buscamos também mostrar experiências positivas de parto humanizado que já estão acontecendo em Aracaju, com o apoio de obstetras e pediatras que, essencialmente, respeitam o protagonismo da mulher”, diz Daniela Costa, advogada e professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Por Kátia Susanna com informações do Movimento de Apoio ao Parto Humanizado

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