Maternidade contabiliza 411 atendimentos as vítimas de violência sexual (Foto: arquivo Portal Infonet) |
Desde o ano de 2007, a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), unidade gerida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), realiza um trabalho assistencial às crianças, adolescentes e adultos vítimas de violência sexual. Todo o trabalho ocorre através de uma rede integrada que presta assistência às pessoas de todas as idades, independente do sexo ou classe social, baseada nos direitos universais, de acordo com o que preconiza a Organização das Nações Unidas (ONU).
O serviço na MNSL é realizado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos obstetras, equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares), psicólogos e assistentes sociais. Estes profissionais são responsáveis por acolher os pacientes que procuram o atendimento.
De janeiro a dezembro de 2013, a MNSL registrou 411 atendimentos a vítimas de abusos sexuais, sendo 63 atendimentos a adultos e 348 para crianças e adolescentes. A médica especialista em ginecologia da MNSL, Janua Almeida, explica a importância de procurar o serviço dentro das 72 horas após o ato para que a aplicação de medidas contra o contágio de DST seja eficaz.
"Nos casos de violência aguda, ou seja, até 72 horas da violência, realizamos a profilaxia para evitar gravidez indesejada e DST, a exemplo da AIDS, Sífilis, Gonorreia, Hepatite B, entre outras, além dos exames laboratoriais. Mas as vítimas que sofreram abuso em outros momentos, também, podem procurar a MNSL para buscar apoio psicológico e realizar exames e tratamentos relacionados às Doenças Sexualmente Transmissíveis", conta.
A médica conta, ainda, que todo o acompanhamento clínico acontece no período médio de seis meses. "Isso a depender do quadro clínico do paciente. No primeiro mês, o paciente tem que fazer uma visita pelo menos uma vez por semana para consultas periódicas. No terceiro mês, o paciente volta à maternidade para realização de exames e depois retorna no sexto mês para a realização de novos exames e consultas finais", explica.
Tratamento Psicológico e Social
A psicóloga Karen Venâncio lembra que, além do dano físico, o ato da violência sexual pode provocar traumas emocionais, por isso a maternidade realiza o acompanhamento psicológico. "Através das consultas de retorno, é prestado atendimento psicológico. Ele é um dos fatores determinantes para a recuperação emocional da vítima e familiares".
Segundo a assistente social da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, Fátima Andrade, a maior parte das vítimas que busca esta unidade de saúde é da região da Grande Aracaju.
"Nosso papel é acolher e orientar as vítimas de abuso sexual a prestar queixa contra o agressor. Geralmente, as pessoas que residem nos municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, São Cristovão e Nossa Senhora do Socorro são as que mais procuram nosso serviço", afirma.
Fluxo
Antes mesmo de procurar as delegacias da capital, do interior ou do Instituto Médico Legal (IML), para prestar o Boletim de Ocorrência, os pacientes passam pelo consultório médico onde são solicitados exames laboratoriais que indicarão se a vítima contraiu alguma doença infecto-contagiosa.
"O serviço tem escala de plantão completa, onde o paciente terá acompanhamento psicológico, profilaxia de DST. Em casos de gravidez indesejada, proveniente de violência sexual, somos referência no Estado de Sergipe para interrupção destes casos previstos em lei", afirma o superintendente da MNSL, Luís Eduardo Correia.
Fonte: SES
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