(Foto: Ilustração Infonet) |
A suspensão da venda do L-Asparaginase (cujo nome comercial é Elspar), principal remédio usado no tratamento de crianças brasileiras portadoras de câncer (leucemia linfóide aguda – LLA) assusta pais e entidades que utilizam da medicação para tratar a doenças. Em Sergipe a realidade não é diferente. Crianças em tratamento contra câncer utilizam da droga, para ter mais chance de sobrevida, mas a suspensão do fornecimento pode levar a morte.
De acordo com o oncologista pediátrico, Venâncio Gumes, a possibilidade da suspensão do fornecimento do Elspar, já foi discutido entre os profissionais. Para o médico, existem algumas situações onde o desabastecimento é pontual. “Já houve um tempo que discutimos que existia a possibilidade do desabastecimento. Não sabemos qual o motivo da suspensão do fornecimento, se é matéria prima ou licença. Mas de uma coisa temos certeza, esse medicamento é de suma importância para o tratamento da leucemia linfóide aguda. Esse é o primeiro tipo de câncer em criança. Tem que haver outra forma de abastecimento do medicamento e se o problema for de logística deve ser resolvido de forma imediata”, alerta.
Huse
Segundo Gumes, já houve registro da falta do Elpsar no Huse, porém as crianças não ficam sem a medicação, uma vez que as casas de apoio fornecem auxílio. “Apesar de já termos passado por essa dificuldade, as crianças não ficam sem a medicação porque as casas de apoio nos auxiliam e não deixam as crianças sem a medicação. No momento há crianças que precisam da medicação. Portanto essa é uma droga de extrema necessidade”, diz.
Para a presidente do Grupo de apoio à criança com câncer de Sergipe (Gacc), Ula Ribeiro, a situação é preocupante, já que a falta de medicação contra o câncer é comum no estado. “A falta do remédio é no Brasil inteiro e aqui em Sergipe também. Contudo, já estamos preocupados, porque a gente lida com a falta de medicação paliativa imagine com esse tipo de medicamento, que é essencial para o tratamento dessas crianças. Os pais já ligaram para o Gacc porque estão apreensivos. Por isso, vamos torcer para que o Ministério da Saúde resolva essa situação para providenciar a compra dessa medicação nem que seja fora do país”, espera.
O remédio revolucionou o tratamento do câncer infantil. Em 1983, antes de ser usado, a chance de cura era de 50%. Com o uso, aumentou para 80%.
SES
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), alegou que há pelo menos seis meses, vem tentando, por meio da Fundação Hospitalar de Saúde, comprar a medicação Asparaginase (Elspar) sem êxito. Todas as licitações deram desertas em função da dificuldade de se encontrar esta medicação no mercado brasileiro. Mesmo assim, um processo está previsto para fevereiro.
Por Eliene Andrade
A matéria foi alterada às 18h31 para acréscimo de nota enviada pela SES.
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