Médicos de Aracaju só estão atendendo casos urgentes

Médicos nos hospitais municipais só estão atendendo casos urgentes (Fotos: Portal Infonet)

Todo usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) que tem precisado de atendimento médico de baixa gravidade em Aracaju, há pelo menos alguns meses, só tem encontrado um roteiro disponível: o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Isso porque a ausência ou atraso do pagamento salarial tem levado os médicos do município a um movimento de greve que já dura quase todo segundo semestre de 2016. A última paralisação foi iniciada no dia 2 de dezembro, em cobrança ao salário de novembro, e perdura até esta terça-feira, 27.

Em decorrência dessas paralisações, os Postos de Saúde, centros de atendimento mais acessíveis à população, em sua maioria não estão recebendo efetivo médico – com exceção daqueles profissionais contratados (RPA). Já nas duas Urgências da capital [Fernando Franco e Nestor Piva], o corpo médico presente, que corresponde aos 30% do efetivo exigido pela Lei de Greve, só atende os casos mais graves – exemplo de uma crise asmática, convulsões, ferimentos por arma branca ou revólver.

Nossa reportagem esteve durante a manhã desta terça-feira, 27, em postos de saúde e urgências para constatar a situação. Entre cadeiras e saguões vazios, quem buscou alguma informação ou atendimento na recepção dessas unidades foram aconselhados pelos funcionários a se dirigirem ao Huse.

Huse

Unidades básicas, como os postos de saúde, estão com os serviços restritos 

O principal hospital público de Sergipe, por sua vez, já tem atuado em sua capacidade máxima de atendimento, conforme a própria Secretaria de Estado da Saúde (SES). Entre os dias 6 e 13 de dezembro, o Huse afirma que atendeu 3.352 pacientes, sendo 1.220 casos considerados de baixa complexidade e que poderiam ter sido atendidos em unidades básicas de saúde. Além desses números, a direção do Hospital também já informou em outras ocasiões que com as greves da rede municipal, 86% dos pacientes que procuram o Huse são casos simples, e acabam lotando o Pronto Socorro.

Na noite de ontem, a Secretaria Municipal do Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplog) divulgou uma nova previsão para quitar os débitos com os servidores da saúde. A pasta de Prefeitura afirmou que os ativos devem receber até esta quarta-feira, 28. O presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed), João Augusto, disse que não houve nenhuma notificação oficial a respeito dessa previsão. Ele lembrou ainda que os médicos cobram não só o salário de novembro, como também as duas parcelas do 13º, que não foram pagas. O sindicalista reforçou que, conforme combinado em assembleia da categoria, se não houver pagamento até esta quarta-feira, 28, o médico em sua totalidade deixará de atuar até mesmo nas urgências da capital, a partir da quinta-feira, 29.

Por Ícaro Novaes e Jéssica França

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