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| CRM pede interdição ética na MNSL (Foto arquivo: Portal Infonet) |
Em virtude dos problemas apresentados nos últimos meses, o Conselho Regional de Medicina (CRM) realizou a interdição ética parcial para atendimentos, na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju. O Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed) alega que medida pode prejudicar a população, já que a maternidade é a única administrada pelo Estado para casos de grandes complexidades. Os médicos temem pela desassistência à população e a superlotação em outros serviços.
De acordo com o presidente do Sindimed, João Augusto, a interdição está gerando indagação por parte dos profissionais, já que a iniciativa pode deixar a população desassistida. Ainda segundo o presidente do Sindimed, o que os profissionais querem é o aumento do quantitativo de médicos e condições de trabalho.
“Embora concordemos com a interdição, a transferência dos serviços pode prejudicar a população muito mais do que beneficiar. O que foi colocado é que quando houver menos de cinco obstetras na escala prevista será feito a triagem das gestantes. As gestantes verdes e azuis serão encaminhadas para outros serviços, mas a questão é que não há outro serviço. Só há o Hospital Santa Isabel que é também portas abertas. O que a classe médica quer é o aumento do quantitativo de obstetra e neonatologistas, e não fechar a maternidade. Desta forma não se resolve a raiz do problema, que é a escala médica completa. A gente constatou que a Fundação Hospitalar vai se aproveitar dessa situação para não resolver o problema. Porém, a interdição é necessária”, disse João Augusto.
MPE
No último dia 15 de julho, a falta de obstetra para preenchimento da escala de plantão na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes foi discutida em uma audiência pública no Ministério Público Estadual. Na oportunidade, a superlotação e a falta de profissionais para atendimento, associado à equiparação de vantagens conquistadas pelos profissionais neonatal foram os principais pontos debatidos no MPE.
SES
Através de email, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (SES), informou que assistência, humanização e qualidade nos serviços. Essas têm sido prioridades na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), unidade referência em Sergipe para o atendimento às gestantes e parturientes de alta complexidade. Apesar de ser destinada apenas para atender a este público específico, em média 50% dos atendimentos na MNSL são classificados como de baixo risco, o que sobrecarrega a unidade.
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Para se ter uma ideia, dos quase 13 partos realizados diariamente na MNSL, 6 não deveriam ser feitos no local. Nos primeiros seis meses de 2013, a Maternidade registrou mais de 7 mil atendimentos. Desses, 4930 partos foram classificados como de baixa complexidade: janeiro (622), fevereiro (852), março (852), abril (751), maio (986) e junho (867).
Desse total, 3.375 foram pacientes não admitidas pela unidade, classificadas como de baixa complexidade, que não necessitavam de internamento ou foram encaminhadas para o exame pré-natal. Outras 1.122 foram removidas para outras unidades de saúde.
“Muitos atendimentos de risco habitual poderiam ser realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), mas as gestantes ainda procuram a MNSL como primeira forma de atendimento. Muitas pacientes chegam de forma espontânea, sem apresentar complexidade na gestação, o que ocasiona um fluxo invertido. Isto é comprovado na Classificação de Risco realizada pelo setor de admissão”, explica Manuela Oliveira, superintendente da MNSL.
A coordenadora do corpo obstétrico da MNSL, Alba Patrícia, explica que “ O padrão da Maternidade são de 4 médicos na escala para urgência obstétrica. O que seria o suficiente, se a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes não recebesse tantos pacientes de risco habitual”, fala.
Em audiência realizada na sexta-feira no Ministério Público, a FHS e os obstetras da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes manifestaram a vontade de manter a negociação em torno da remuneração desses profissionais, mantidas as escalas tais como estão previstas até a conclusão da negociação, com próxima audiência marcada para o dia 05 de agosto.
CRM
A reportagem do Portal Infonet tentou ouvir os representantes do CRM, mas sem êxito. O portal está à disposição caso queiram se manifestaram, através do 21068000 ou através do jornalismo@infonet.com.br
Por Eliene Andrade
