Maioria das queimaduras foi registrada em crianças e adolescentes (Foto: Arquivo Portal Infonet) |
Uma menina de apenas dois anos de idade está internada na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), com queimaduras de 3º grau no abdômen e nas coxas. A garotinha mora no município baiano de Adustina e chegou ao Huse no final da tarde desta quarta-feira, 24, tendo se queimado ao soltar uma chuvinha com o irmão. Ela passou por cirurgia e corre risco de morte. Este ano, o número de queimaduras por fogos de artifício em Sergipe [9] foi menor do que em 2014 [24], mas a quantidade de amputações aumentou [50%].
A coordenadora da UTQ, a cirurgiã plástica Moema Santana, o diretor clínico Marcos Kruegel e a coordenadora do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Conceição Mendonça, reuniram a imprensa na tarde desta quinta-feira, 25 para divulgar o balanço dos atendimentos durante a véspera e o dia do São João.
Coletiva aconteceu no auditório do Huse |
“Infelizmente a gente recebeu um caso bem grave de uma criança de dois anos, que se queimou com chuvinha. Essa criança chegou em caso bem avançado e corre o risco de morte. As pessoas acham que chuvinha não traz perigo, os pais devem ter muito cuidado. A mãe nem viu a menina acordar e acender a chuvinha com o irmão e ela ficou queimando junto com a roupa por muito tempo”, lamenta Moema Santana.
Segundo ela, dos nove pacientes atendidos na véspera do São João, cinco são adolescentes e crianças e quatro adultos. “Esse ano tivemos mais amputações de dedos e mãos, inclusive um desses se queimou soltando uma bomba de breu, proibida pelo Corpo de Bombeiros, mesmo assim estamos comemorando a redução do número este ano, pois ano passado, 70% dos atendimentos foi em crianças”, destaca lembrando que toda criança que chega à UTQ, os pais são acompanhados por psicólogos, assistentes sociais e representantes do Conselho Tutelar.
Prevenção
Moema Santana: "Ano passado número foi quase três vezes maior" |
O cirurgião Marcos Kroegel enfatizou que a redução do número de queimados se deu em virtude de todo um trabalho preventivo coordenado pela coordenadora da UTQ. “Esse trabalho preventivo que se iniciou há 15 dias pela Dra Moema, treinando as unidades do interior e da capital para o atendimento ao queimado surtiu um efeito muito bom e diminuímos o número. Também tivemos um São João tranquilo influenciado pelas chuvas e pela situação do país, além da organização da gestão e do afinamento dos servidores. Queremos reforçar que a população continue brincando com responsabilidade, se beber não dirija, use o cinto de segurança nos bancos de trás para evitar danos e não dê fogos de artifícios às crianças”, alerta.
Samu
Marcos Kruegel destacou trabalho preventivo
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A coordenadora do Samu, Conceição Mendonça lamentou o grande número de atendimento à crianças e adolescentes alcoolizados na área do Forró Caju. “Tivemos 322 atendimentos, desses, 90% relacionado a alcoolismo e 10% trauma. Apenas 4% foram removidos para a rede hospitalar. O que nos chamou a atenção foi a prevalência alta de alcoolismo em mulheres e em adolescentes. Tivemos 60 pacientes menores de 18 anos e desses 60, 18 eram menores de 14 anos”, informa.
Conceição Mendonça disse ainda que após os festejos juninos, o Samu vai fazer um trabalho junto ao Conselho Tutelar e ao Juizado da Infância e da Juventude. “É um dado preocupante. Crianças que estão entrando no Forró Caju. É terrível pegar uma criança alcoolizada dentro de uma festa da magnitude do Forró Caju. Os pacientes dão entrada no Centro Médico Avançado em coma alcóolico, o organismo de uma criança é sensível”, enfatiza.
Por Aldaci de Souza
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