Moradores do Sol Nascente reclamam do serviço de fumacê

Segundo moradores, incidência de mosquitos é grande no bairro Sol Nascente (Foto: Arquivo Infonet)

Moradores do bairro Sol Nascente denunciam a deficiência com relação aos serviços dos carros de fumacê. Segundo os residentes do local, a grande quantidade de muriçocas e mosquitos está tirando a paz da vizinhança, e o serviço de controle de proliferação desses animais não visita o local há mais de dois anos. Os moradores alegam já terem entrado em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para relatar a situação. “Eles disseram que a situação não era prioritária”, diz o aposentado Emanuel Barreto, morador do local há 30 anos.

De acordo com Emanuel, a região sempre sofreu com a presença dos mosquitos, porém a situação se agravou com o início das obras de duplicação do viaduto do Detran. “Quando a obra começou, as muriçocas foram retiradas do habitat natural delas por causa do desmatamento. Eles se preocuparam só com o progresso, mas não com a saúde e o bem estar das pessoas”, afirma.

Emanuel diz ainda que a grande quantidade de muriçocas tem trazido dificuldades de concentração para sua família. “Chegamos ao limite do desespero e não sabemos mais a quem recorrer. Já comprei repelente e aquelas raquetes para matar mosquito, mas não resolveu. Meu filho não consegue trabalhar, a gente vai dormir cedo por que não tem mais interesse em fazer nada”, conta o aposentado.

Emanuel Barreto (à esquerda), Maria de Fátima Barreto e José Antônio Fraga: serviço do fumacê não atende á população (Fotos: Portal Infonet)

A dona de casa Maria de Fátima Barreto, esposa de Emanuel, afirma que o incômodo causado pelos mosquitos mudou a rotina da casa. “Não assisto mais ao meu programa preferido por que as muriçocas não deixam. Todos os dias de manhã o chão está infestado de mosquitos mortos à noite, e tudo fica manchado de sangue. Então eu tenho que lavar a casa frequentemente. Precisamos comprar mosquiteiros para as camas, por que mesmo com ar condicionado tem muriçocas por toda parte”, diz Maria.

O aposentado José Antônio Fraga alega que o carro do fumacê nunca prestou serviços efetivos no bairro. “Antigamente eles passavam aqui, mas na verdade nunca adiantou muita coisa. Hoje, nem vir eles vem, a gente só vê na televisão”, diz. A respeito do serviço de fumacê costal, realizado através de agentes portando ‘mochilas’ com as substâncias combativas, José Antônio Fraga declara: “Isso nunca existiu aqui”.

Segundo moradores, incidência dos mosquitos aumentou após construções do viaduto do Detran

Sobre o contato com a SMS, Emanuel Barreto diz: “Quando nós ligamos e contamos o que está acontecendo, eles perguntaram se tinha algum foco de dengue. Nós dissemos que não, e por isso eles não deram importância. Depois chegou para a gente a informação de que os carros do fumacê estavam quebrados, por isso não tinha assistência. O que eu sinto é que esse lugar foi esquecido pelo poder público”. De acordo com o aposentado, o contato ocorreu há mais de dois meses.

SMS

Segundo a coordenadora do Programa de Controle da Dengue da SMS, Taise Cavalcante, é freqüente entre a população confundir a função do carro de fumacê. “Muita gente acha que o fumacê é para combater todo tipo de mosquito, mas ele é utilizado somente em períodos de aumento de casos de dengue e do aumento da infestação do mosquito transmissor da doença”, explica.

Taise Cavalcante coloca ainda que o município utiliza diariamente na rotina de trabalho a aplicação do fumacê-costal, de acordo com a notificação de casos suspeitos de dengue e avaliação da área. “A utilização do inseticida do fumacê é exclusivamente  para eliminação do Aedes aegypti. Essa aplicação deve inclusive ser racional, para evitar resistência desse vetor aos inseticidas”, completa.

Segundo Taise Cavalcante, equívoco sobre destino do serviço do fumacê é comum (Foto: Arquivo Infonet)

Ainda de acordo com a coordenadora, a responsabilidade do município em relação ao serviço de fumacê se restringe à solicitação para utilização dos carros após avaliações dos perfis epidemiológicos. “No controle da dengue, o carro fumacê e o inseticida utilizado é de responsabilidade técnica dos governos estaduais”, diz.

SES

Em nota ao Portal Infonet, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informa: “A Vigilância Epidemiológica da SES esclarece que possui uma frota de 15 carros fumacê para atuar em todo o Estado. Todos os veículos estão à disposição da SES e em perfeito estado de funcionamento.

De acordo com a coordenadora do programa de combate à Dengue de Sergipe, Sidney Sá, a atuação dos carros é feita de acordo com um avaliação da equipe da SES, em locais onde os índices de infestação do mosquito estão acima do que é considerado controlado, bem como o número de casos de dengue em humanos.

‘Os meses de janeiro, fevereiro e março historicamente são os meses em que se registra número de casos e, por conta disso, a atuação do fumacê se torna mais frequente’, afirma.”

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