A oferta de leitos para pacientes com transtornos mentais foi tema de audiência no MPE (Foto: Portal Infonet) |
As deficiências na oferta de leitos para pacientes com transtornos mentais foi discutida durante audiência no Ministério Público Estadual (MPE) na manhã desta segunda-feira, 14. A desassistência a esse tipo de paciente foi relatada por representantes da Associação dos Familiares e Amigos dos Doentes Mentais do Estado de Sergipe (Afadm). Uma nova reunião, dessa vez com a participação do estado, foi convocada para o dia 5 de maio.
“Há casos em que num período de 15 dias, pacientes tentaram atendimento três vezes e não conseguiram. Apesar dos esforços apresentados, os pacientes são destratados, pois o ambiente disponibilizado é hostil e escuro, parecendo uma masmorra ou uma prisão. Os profissionais não estão preocupados com os pacientes e é preciso uma equipe treinada e preparada para cuidar deles. O paciente com transtorno mental é um paciente difícil e tem necessidade de atendimento de um profissional capacitado”, explica o presidente Afadm, Valdemir dos Santos.
Durante a audiência, a coordenadora de atenção à rede psicossocial, Karina Cunha, explicou que o município de Aracaju atende com sua capacidade máxima, que atualmente envolve a seguinte quantidade de leitos: 16 no Hospital São José, 14 no SHR, 16 no Hospital de Cirurgia, 24 nos Caps, 80 na Clínica de Saúde São Marcelo, além da retomada de oito leitos no Hospital Universitário.
Ainda de acordo com a coordenadora, 70% das internações vem do interior do estado, fator que sobrecarrega o atendimento na capital “A problemática gira em torno das deficiências do interior do estado, que não oferece o atendimento a esses pacientes, gerando uma sobrecarga para o município de Aracaju. Pacientes oriundos de outros estados também são atendidos aqui", explica. Karina Cunha também reconheceu deficiência na parte de retaguarda, destacando que vem adotando medidas para sanar as falhas existentes.
Um representante do Hospital São José também participou da reunião e declarou que embora, a estruturado local não tenha sido preparada para receber o serviço de retaguarda de urgência mental, há esforços para o seu regular funcionamento. O representante pontuou ainda a existência de um débito do município estimada em mais de R$ 2 milhões.
Pelo representante da São Marcelo foi dito que já foi revalidado o contrato com o município de Aracaju, mas que todos os leitos estão ocupados, sugerindo a abertura de um outro local para um melhor atendimento aos usuários.
O promotor Fábio Viegas explica que o problema é objeto de uma liminar deferida em maio de 2011, que vem sendo cumprida pelo município de Aracaju. “O município vem cumprindo, mas é preciso ampliar a rede. Nós queremos chamar o estado para ver se se esse tipo de atendimento pode ser colocado nos hospitais regionais do interior. Estudos já coletados demonstram que 20% da população sofre com transtorno mentais, então, é preciso que a gente abarque essa situação para que as pessoas sejam efetivamente atendidas pelo setor público”, finaliza.
Por Verlane Estácio
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