MPE vai ajuizar ação para realizar cirurgias oncológicas

Audiência aconteceu na manhã desta terça-feira, 18 (Fotos: Portal Infonet)

Sem avanços na audiência realizada na manhã desta terça-feira, 18, no Ministério Público Estadual (MPE), sobre as filas para a realização de cirurgias oncológicas, a promotora de Saúde, Euza Missano decidiu ajuizar uma ação para que o Estado possa arcar com os procedimentos cirúrgicos em hospitais particulares.

A audiência contou com a participação da pedagoga Mônica Avelino, 37, que desde fevereiro de 2013 luta para retirar dois nódulos da tireóide.

“Eu quero aqui lembrar que a Constituição diz que todos tem direito à Saúde e Educação e eu não vou pagar por uma cirurgia, já que pago vários impostos. Estou com todos os exames prontos desde fevereiro, inclusive o resultado das punções que constataram os dois nódulos, que podem ser malignos e a informação é de que a fila está grande. Fiz a denúncia no Ministério Público e vou denunciar na Defensoria Pública. Estou fazendo isso não só por mim, mas por todas as pessoas que estão aguardando para fazer as cirurgias”, destaca a pedagoga.

Mônica Avelino luta por uma cirurgia para retirar nódulos na tireóide

Durante a reunião, o coordenador  do Setor de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), Carlos Anselmo Lima, declarou que em relação à denúncia formalizada quanto à fila de espera para a realização de cirurgias oncológicas em pacientes graves, estar demissionário, não podendo acrescentar nada às informações.

“Essa situação deverá ser resolvida e articulada pela Fundação Hospitalar de Saúde e eu pensei que o presidente Marcelo Vieira, estaria participando da audiência. Eu também sou cirurgião oncológico, mas opero meus pacientes no Hospital Universitário, pois não há condições técnicas para fazer cirurgias no Huse, não funciona um serviço de ambulatório adequado para atendimento aos pacientes com câncer”, destaca acrescentando que  atualmente são 40 leitos e duas enfermarias, mas o ideal seria em torno de 90 a 100 leitos para tratamento a pacientes com câncer e que esse quantitativo já existe, mas foi ocupado por outros serviços como enfermaria geral e ambulatório de oncologia.

Unacom

Carlos Anselmo diz que não opera no Huse porque não tem condições técnicas

O médico Carlos Anselmo explicou ainda à promotora Euza Missano, que a Assistência Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), tem a obrigação da manter assistência 24 horas para atendimento das urgências e emergências de pacientes já cadastrados. “A Unacom do Estado, que funciona no Huse não possui esse serviço. O paciente já cadastrado no Unacom entra pelo Pronto-Socorro”, ressalta.

Os oncologistas cirurgiões José Geraldo Melo e José Vieira Barreto, completaram que a situação é caótica e que há pacientes graves com diagnóstico de câncer que necessita de cirurgia emergencial e aguarda desde novembro de 2012, sem conseguir ser operado no Huse e que somente o médico da denunciante [Mônica Avelino] possui uma fila de 42 pacientes para realização de cirurgias no Huse.

“Diante da gravidade das situações, os médicos oncologistas informaram que no prazo de 24 h, encaminharão ao Ministério Público a relação nominativa das cirurgias oncológicas dos pacientes que aguardam em fila de espera, alguns deles desde novembro de 2012. As representantes da Fundação Hospitalar de Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde informaram não ter nenhuma proposta a ser apresentada para a resolutividade do caso. Não vai ter jeito. Vamos judicializar para que os pacientes possam ser levados para hospitais privados e sejam operados”, enfatiza a promotora.

Por Aldaci de Souza

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