MS quer dobrar salas de apoio à amamentação nas empresas

(Foto: Arquivo Portal Infonet)

Ação faz parte da campanha da Semana Mundial de Amamentação, que este ano teve como tema Amamentação e Trabalho. Atualmente, cem empresas possuem locais destinados ao aleitamento. Para as mulheres que trabalham fora de casa, o fim da licença maternidade e o retorno às atividades profissionais podem representar o fim de um dos vínculos mais importantes entre a mãe e o bebê: a amamentação. A licença maternidade tem sido uma importante aliada para que a as mães mantenham a amamentação exclusiva.

De acordo com a II Pesquisa de Prevalência do Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal, o índice de aleitamento materno é duas vezes maior entre as trabalhadoras com direito a licença (53,4%) do que o registrado entre mulheres que não possuem o direito (26,8%). O aleitamento materno exclusivo até os seis meses diminui em até 13% a morte de menores de cinco anos em todo o mundo por causas evitáveis.

A ação Mulher Trabalhadora que amamenta possui três eixos fundamentais preconizados pelo Ministério da Saúde: licença-maternidade de seis meses, implementação de creches nos locais de trabalho ou convênio com creches próximas, e a criação de salas de apoio à amamentação dentro do ambiente de trabalho. A meta inicial para 2015, de certificar 50 salas de apoio em empresas de todo o Brasil, foi superada em 100%, chegando a 100 salas, beneficiam até 70 mil mulheres em idade fértil. Para 2016, o objetivo é certificar outras 100 salas, ampliando em 40% o número de mulheres alcançadas.

As salas de apoio à amamentação são espaços localizados no próprio ambiente de trabalho, destinados às mulheres que retornam da licença maternidade. A intenção é que elas possam durante o horário de trabalho, com privacidade e segurança, retirar o leite, armazená-lo em local adequado e depois levá-lo para casa, aumentando o período de amamentação do filho.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 43% dos trabalhadores brasileiros são mulheres, ou seja, quase metade da força de trabalho no país. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam que os bebês sejam alimentados exclusivamente pelo leite da mãe até os seis meses e que a amamentação continue acontecendo, junto com outros alimentos, por até dois anos ou mais.

Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação materna tem na redução da mortalidade infantil nessa faixa etária. De acordo com a OMS e o Programa das Nações Unidades para a Infância (Unicef), cerca de 6 milhões de crianças são salvas a cada ano devido ao aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês.

Com o leite humano, o bebê fica protegido de infecções, diarreias e alergias, cresce com mais saúde, ganha peso mais rápido, além de ficar menos tempo internado. O aleitamento materno também diminuiu o risco de doenças como hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade. A amamentação reduz o peso da mãe mais rapidamente após o parto e ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia. As chances de se adquirir diabetes ou desenvolver câncer de mama e de ovário também caem significativamente.

Além de todos esses benefícios à saúde, estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Pelotas comprovou que quanto mais duradouro o período de amamentação na infância, maiores os níveis de inteligência e renda média na vida adulta até os 30 anos. Foi o primeiro estudo no Brasil a mostrar o impacto no QI e o primeiro internacionalmente a verificar a influência na renda. A pesquisa foi divulgada pela The Lancet, uma das publicações científicas mais importantes do mundo.

Com informações da Agência Saúde

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