Mulheres com câncer participam do projeto Dia de Beleza

Camilla Cristina, de 25 anos, enfrenta o câncer de mama e usa a vaidade como um antídoto contra a doença (Foto: Ascom/AMO)

Passar batom nos lábios, usar maquiagem no rosto ou arrumar o cabelo pode ser tarefa simples, fácil e rotineira para qualquer mulher, mas não para aquela que enfrenta o câncer e que apresenta reações adversas às terapias convencionais como a queda do cabelo, ressecamento da pele e escurecimento das unhas. Durante o processo de tratamento do câncer, é natural que a mulher deixe de lado ou até mesmo esqueça a vaidade e a beleza física. Mas investir nesse campo da vida pode ajudar a enfrentar o problema com mais leveza e entusiasmo.

O projeto “Dia da Beleza” trabalha justamente com essa possibilidade. Criado pela Associação dos Amigos da Oncologia – AMO, o projeto estimula na mulher com câncer o cuidado com a aparência por meio da redescoberta da beleza feminina. “É um momento para esquecer um pouco do diagnóstico do câncer e das dores do tratamento e pensar mais em si. Para a mulher é sempre importante cuidar da beleza física porque se trata também de sua identidade”, acredita a psicóloga Laíze Oliveira, ressaltando que muitas mulheres nunca tiveram a experiência de cuidar da beleza pela falta de acesso e de oportunidades como as que são promovidas pelo projeto.

EXPLORANDO A BELEZA

Camilla Cristina Melo, de 25 anos, descobriu o câncer de mama no mês de março deste ano. A maior barra enfrentada por ela até agora foi a dificuldade de contar para a família e para o namorado que estava adoecida. Camilla não sabia como suportar a reação dos entes queridos quando iniciasse o tratamento e o cabelo começasse a cair. “A aceitação da família e a minha vaidade são pontos importantes para enfrentar a doença. Perder o cabelo não foi problema, já que uso uma linda peruca, mas retirar a mama será”, revela Camilla sem querer pensar no futuro.

Atualmente, Camilla realiza sessões de quimioterapia no Hospital de Urgência de Sergipe – Huse. Teve que deixar o trabalho como serviços gerais numa empresa e mudar todos os planos. Até o casamento programado para este ano foi cancelado. “Tenho total apoio da minha família e do meu namorado. Mas a cruz é pesada. Cuidar da beleza parece que adormece a doença e distrai pensamentos tolos. Minha mãe, por exemplo, não consegue me ver sem a peruca porque a faz lembrar o câncer”, conta Camilla que é assistida pela AMO desde o diagnóstico do câncer. A associação doou uma peruca para Camilla porque a queda do cabelo mexeu muito com o emocional dela.

SOLIDARIEDADE

A cabeleireira e maquiadora Rosa Miranda não pensou duas vezes em ser solidária ao projeto que eleva a autoestima de mulheres vítimas do câncer. Depois de conhecer o trabalho da associação, por reportagens veiculadas na mídia, Rosa Miranda decidiu ajudar de alguma forma, mas não sabia como. Recebeu o convite para participar dessa ação e se prontificou a cooperar sempre que possível. “Muitas dessas mulheres me disseram nunca ter se maquiado ou arrumado o cabelo. Ter essa oportunidade melhora muito a autoestima delas e fico feliz em poder contribuir de alguma forma com essa missão e aprender um pouco mais sobre a vida”, afirma a maquiadora.

NÚMEROS

A AMO atende, atualmente, a 1.231 pessoas carentes com câncer, de todas as faixas de idade (criança, adolescente, adulto e idoso), oriundas de todo o Estado de Sergipe e do interior da Bahia e de Alagoas. Desse total, 838 são mulheres a partir dos 19 anos, o que corresponde a quase 70% dos assistidos. Quando se trata da mulher com câncer de mama esse percentual sobe para 90% dos casos. Durante a realização do projeto, a associação entregou um kit de beleza com lixas de unha e pé, espátula, palito e tesoura para cortar unhas para estimular na mulher carente com câncer o cuidado diário com sua beleza.

“Como a mama é o órgão do corpo feminino que simboliza a feminilidade, ela é tida como um objeto central do desejo e da satisfação. Não é à toa que o câncer de mama interfere no processo de simbolização da mulher enquanto ser feminino, sobretudo com relação à autoestima, autoimagem e sexualidade. Por isso é tão essencial buscar meios para suportar as dores da doença e nada melhor do que trabalhar com a vaidade”, conclui a psicóloga Laíze Oliveira.

Fonte: Ascom/AMO

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