Município discute ações de enfrentamento à violência

Evento contou com a participação de estudantes e da população (Foto: Ascom Laranjeiras)

Com o objetivo de fortalecer as redes de enfretamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, a Prefeitura de Laranjeiras, distante 19 km de Aracaju, através das Secretarias de Assistência Social e Saúde, promoveu na última quarta-feira, 29, o Seminário Municipal Intersetorial para Fortalecimento das Políticas Públicas de Combate à Violência Contra Crianças e Adolescentes.

Realizado no auditório do Campus IV da Universidade Federal de Sergipe (UFS), a partir das 8h30, o evento reuniu órgãos de garantias de direitos infantis, secretários municipais, servidores, representantes do poder público, legislativo, estudantes e a população em geral para debater a promoção de ações preventivas e de combate ao ato danoso.

Dando início aos trabalhos, o promotor de Justiça Valter Cézar Nunes alertou para a falta de orientação educacional das famílias, uma das maiores causas para o aumento do índice de violência contra crianças e adolescentes, segundo o promotor. “Apesar de ser uma prática mais comum em classes baixas, também há presença de casos em classes mais altas”, explica.

“A diferença é que, quando acontece com pessoas de nível social elevado, em muitos casos as famílias se omitem por vergonha do fato vir à tona. Isso não pode. O problema tem que ser combatido, independente de classe. Por isso é preciso apoio de toda a camada social para a resolução do problema. Em Laranjeiras, por exemplo, há uma atuação forte do Conselho Tutelar no sentido de coibir a violência. Basta que a população não ter medo e procurar por eles”, completou o promotor.

Na sequência, o presidente do Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA) e coordenador do Comitê Estadual de Enfretamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, Danival Falcão, apresentou o Plano Estadual de Enfretamento, o relatório feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e com a explanação do SALVE.
“Este último é o Sistema de Notificação de Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes. Todo o material foi apresentado com o propósito de nortear as discussões, uma vez que o tema merece bastante atenção. Mais do que desenvolver ações de enfretamento, tínhamos como intenção fazer avaliações para saber como anda o nível de satisfação da sociedade laranjeirense. O mais importante é sair daqui com um plano definido, para futuramente alcançar resultados positivos”, enfatizou Danival.

Sensibilidade

Segundo a prefeita de Laranjeiras, Ione Macedo Sobral, o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, é uma das obrigações da administração. “O gestor precisa saber quando há necessidade de agir. É responsabilidade transmitir o carinho, amor que esses pequenos que sofrem com a situação, muitas vezes procuram em casa e não encontram. O trabalho deve ser intensificado tanto pelo gestor, quanto pelos assistentes sociais, professores, diretores, enfim, por todos”, destaca a prefeita.

Para a gestora, a violência sexual é combatida com o fortalecimento da estrutura familiar. “Por ser mulher, tive a sensibilidade de perceber isso. Quando a base está danificada, consequentemente, a estrutura cresce abalada. Os pais precisam ter a liberdade de sentar com seus filhos e conversar abertamente. Vamos espantar as pessoas que chegam ao nosso município, mal intencionados. Alertem seus filhos para isso”, frisa Ione Sobral.

A diretora do Colégio Municipal Alberto Bragança, localizado no povoado Pastora, Rute Zuzarte concorda com a prefeita. A coordenadora ressalta ainda que os professores e diretores devem estar preparados para lidar com situações que envolvam alunos. “E posso garantir que quando acontece, não é difícil identificar. A criança fica calada, desanimada e algumas vezes, apresenta sinais de violência.

Rute afirma que desde que assumiu a diretoria da escola, nunca presenciou casos de violência sexual envolvendo alunos, mas de outros tipos de violência. “Começamos a perceber que um garoto chegava com marcas de surra diariamente. Conversamos com ele, mas o garoto não se pronunciava. Procuramos a mãe e conseguimos descobrir que era o pai do menino que o batia. Desde que tomamos as providências, nunca mais tornou acontecer”, relata a diretora.

Fonte: Ascom Laranjeiras

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