Nasce mais um bebê com microcefalia no Estado de Sergipe

Coletiva na sede da Secretaria de Saúde (Fotos: Portal Infonet)

Mais um caso de bebê nascido na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), com microcefalia, foi registrado nesta sexta-feira, 13. Com este, sobe para 30 o número de crianças com o perímetro cefálico menor do que a média [33 centímetros se for de nove meses], naquela unidade de saúde.  Apesar de a maternidade ter diviulgado ontem (12), que seriam 49 casos no Estado, os representantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES) não sabem informar o total de casos detectados em Sergipe, pois o protocolo e a notificação obrigatória e imediata, só foram solicitados esta semana pelo Ministério da Saúde (MS), no sentido de verificar a relação com o Zika Vírus.

Durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira na sede da SES, o superintendente da MNSL, Luiz Eduardo Prado, disse que já existia a incidência da microcefalia, com outras patologias e outras situações sociais, a exemplo da toxoplasmose, incompatibilidade entre os pais, uso de drogas e de álcool.

Luis Eduardo e Gizelda Melo

“Não começou aparecer microcéfalos agora nos últimos dois meses, porém esse índice sempre foi de um ou dois casos. O que nos chamou a atenção foi que estavam chegando a dez casos mensais e na história das pacientes, um relato muito forte de terem tido doenças virais durante a gravidez. Hoje temos 30 casos, nasceu um pela manhã e temos casos de pacientes que são oriundas da Bahia. Estamos dando assistência prioritária na maternidade, montamos um protocolo e qualquer bebê que nasça com menos de 33 centímetros de perímetro cefálico, já está sendo triado para o acompanhamento mais rigoroso por neuroclínicos, neurocirurgiões e todas as especialidades necessárias”, destaca acrescentando que a maior incidência vai ser na Lourdes, mas que existem casos nas maternidades particulares, do interior e até mesmo de bebês que nasceram em casa.

Genética

Emerson Santana

O geneticista Emerson de Santana informou que de cada 100 gestantes, três vão dar a luz a bebês com problemas congênitos. “Como é uma maternidade de referência, já é esperado o nascimento de 3% dos bebês com defeitos congênitos. É uma estatística mundial, desde um dedo a mais, o lábio leporino e microcefalia. Só que tem as microcefalias isoladas e as microcefalias sindrômicas. Não tá muito bem claro a relação com ZiKa e Chikungunya, pois muitos relatos verbais das mães que tiveram viroses, beberam ou fumaram durante a gestão, além de fatores consanguíneos de casamentos entre primos. Agora é investigar juntamente com o Ministério da Saúde”, destaca.

Vigilância

A coordenadora de Vigilância Epidemiológica Estadual, Gizelda Melo, explicou trabalhar com uma lista de doenças de notificação compulsória [infectalidade],  e que à medida que o Ministério da Saúde determinou como situação de emergência no país, a notificação passa a ser imediata.

Marcos Aurélio

“A Vigilância precisa de informação para desenvolver uma ação para a gente responder perguntas: o que, quem, quando, como e porque. Estamos agora no que, pois ontem fomos notificados pela maternidade do número de casos e fizemos a notificação oficial para o Ministério da Saúde por meio do nosso plantão 24 horas. A gente vai concentrar a notificação imediata por meio de telefone e e-mails, pois faz parte de uma rede nacional, para desenvolver as ações e obter as demais respostas, a exemplo dos demais que nascem em outros municípios e criar um fluxo de investigação. A gente trabalha por hipóteses e não tem respostas ainda. O Ministério da Saúde ainda não tem uma nota quanto às orientações”, ressalta.

Investigação

Márcia Guimarães

Gizelda Melo disse ainda estar no processo de obter as respostas. “Na  investigação, se detecta mais. No momento, o plantão será um ponto focal para detectarmos todos os casos de microcefalia, pois a gente só investiga quando recebe informações e todos os municípios têm a sua vigilância epidemiológica, temos amostras com suspeita para Zika, mas no momento laboratorial a gente não tem registro de casos”, garante.

Infectologista

O infectologista Marcos Aurélio Melo enfatizou na coletiva que em vários lugares do mundo tiveram Zika Vírus e Chikungunya. “E há raríssimas descrições desse fato da relação com a microcefalia, pois foram em comunidades pequenas, colônias. No Brasil, ninguém tem a comprovação da associação, nem mesmo o Estado de Pernambuco. O que se tem é um surto de uma doença viral, que agora está tendo algumas consequências, uma possibilidade, além de todas as outras, mas não se sabe se tem uma consequência direta com a infecção. A gente presume”, diz.

Casos

A diretora Operacional da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), Márcia Guimarães, divulgou na coletiva apenas os casos de microcefalia registrados na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, num total de 29 bebês, cujas mães são de Sergipe e um, em que a mãe é da cidade de Heliópolis, na Bahia.

“Tivemos registrados na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes até ontem (12), 29 casos, mais um que nasceu hoje (13). Entre os casos, um que mãe veio de Laranjeiras, um de São Domingos, seis de Aracaju, seis provenientes de Nossa Senhora do Socorro, um de Japaratuba, três de Itabaianinha, um de Itabaiana, de Canindé do São Francisco, um de Ribeirópolis, um de Poço Verde, um de Salgado, um de Nossa Senhora das Dores, um de Nossa Senhora da Glória e um de Heliópolis. O caso de hoje ainda não sabemos o município de procedência da mãe”, destaca.

Por Aldaci de Souza

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