Celebrada em todo o mundo, a Campanha Novembro Azul busca conscientizar os homens para os cuidados com a saúde e estimular o diagnóstico precoce do câncer de próstata, o segundo mais comum entre a população masculina. À medida que proporciona acesso à informação, a ação também busca quebrar preconceitos e fomentar a criação de ambientes onde os homens sintam-se à vontade para falar e tratar da saúde.
O médico urologista e especialista em uro-oncologia Diego Marques explica que o preconceito em relação aos cuidados com a saúde e, principalmente, a resistência ao exame de toque, fazem com que os diagnósticos de câncer de próstata ocorram tardiamente, reduzindo as chances de cura.
“Embora tenha havido avanços, muitos homens ainda relutam em fazer os exames em virtude de preocupações com a privacidade, medo do desconforto, estigma associado ao exame ou até mesmo por falta de conhecimento. Porém, esse comportamento leva ao diagnóstico tardio e pode ter sérias consequências no tratamento e no prognóstico da doença. Quando o câncer de próstata é diagnosticado em estágios avançados, pode já ter se espalhado pelo corpo, tornando as opções de tratamento limitadas e as taxas de sobrevivência mais baixas”, alertou.
De acordo com o especialista, nas situações em que o câncer de próstata é diagnosticado precocemente, as chances de cura são significativamente maiores e os tratamentos envolvem opções como cirurgia , que pode ser a convencional ou a menos invasiva cirurgia robótica, radioterapia, ou até mesmo a vigilância ativa em alguns casos.
“É importante enfatizar a importância da detecção precoce do câncer de próstata e encorajar os homens a conversar com seus médicos sobre os riscos e benefícios dos exames de rastreamento. Além disso, é fundamental promover a conscientização sobre o câncer de próstata e reduzir o estigma associado aos exames de toque e de sangue para que os homens se sintam mais à vontade em buscar cuidados médicos preventivos. A educação e o acesso à informações precisas desempenham um papel crucial na superação da resistência aos cuidados com a saúde e na promoção do diagnóstico precoce do câncer de próstata”, destacou.
Desconstruindo preconceitos
Para o médico urologista Diego Marques, é extremamente importante que a sociedade busque desconstruir preconceitos em relação à saúde do homem. “Isso requer um esforço contínuo e uma mudança cultural. O objetivo é criar um ambiente onde os homens se sintam à vontade para cuidar de sua saúde sem medo de estigmatização ou julgamento. Isso beneficia não apenas os homens, mas também a sociedade como um todo, promovendo uma população mais saudável e equilibrada”.
Segundo o uro-oncologista, ações de conscientização, de incentivo à comunicação aberta e destaques a comportamentos positivos são algumas das maneiras de quebrar os preconceitos. “É importante que façamos campanhas em prol dos cuidados preventivos, incluindo os check-ups regulares, e ações sobre a diversidade de problemas de saúde que afetam os homens, incluindo questões emocionais e mentais. Também é preciso encorajar os homens a conversarem sobre sua saúde com amigos, familiares e profissionais de saúde, assim como destacar ou celebrar a história de homens que cuidam bem de sua saúde ou que superaram desafios de saúde. E o mais importante: pensarmos em ações que envolvam homens de todas as idades e origens”, detalhou.
Mulheres trans
Diego Marques alerta que os cuidados com a saúde, especialmente para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, também são direcionados às mulheres trans. “O uso hormonal a base de estrogênio ou de bloqueadores da testosterona, de alguma forma, reduzem o risco do câncer de próstata, porém vale lembrar que existem tumores de próstata que se desenvolvem independentemente da existência de androgênios. Desta maneira, o exame de toque retal e o PSA devem continuar sendo realizados de forma rotineira em mulheres trans. Inclusive, em quem fez a cirurgia de resignação sexual em que a próstata não é retirada”, orientou o especialista.
Câncer de Próstata
O câncer de próstata é um tipo de câncer que afeta a próstata, uma glândula do sistema reprodutivo masculino que produz uma parte do líquido seminal responsável por auxiliar no transporte dos espermatozoides durante a ejaculação. O câncer ocorre quando as células da próstata começam a se multiplicar de forma descontrolada.
Homens que apresentam alguma alteração, como dificuldade de urinar, diminuição do jato de urina, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite e sangue na urina, devem procurar um especialista. A investigação do câncer de próstata se dá pelo exame de toque retal e pelo exame Antígeno Prostático Específico, o PSA. Para confirmar a doença, também é preciso realizar biópsia, indicada caso seja encontrada alguma alteração nos exames anteriores.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina em todas as regiões do país, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. Atualmente, é a segunda causa de óbito por câncer nesse público. Para o triênio 2023-2025, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 71,7 mil novos casos por ano.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B