Parte da população cumpre promessas de fim de ano para emagrecer. O ritual popular agora tem comprovação mediante a pesquisa divulgada pela Ipsos Global Advisor: em média, o brasileiro teve um aumento de 6,5 kg desde o início da pandemia do coronavírus. Alteração na rotina, na alimentação e na falta de atividades físicas são as fontes geradoras do resultado assustador na balança.
22 mil pessoas foram entrevistadas e o Brasil lidera o ranking, com 52% das pessoas afirmando o aumento de peso. Na sequência vem o Chile (51%) e a China está em último lugar (6%). A média global foi de 31% entre os países participantes.
Para o cirurgião bariátrico, Dr. Raul Andrade, a obesidade se tornou um grande fator de risco para a covid-19. “De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica temos atualmente 10 milhões de brasileiros com recomendação de tratamento cirúrgico para diminuir essa outra pandemia que é a obesidade. Vários estudos denotam que a perda de peso dos pacientes através da cirurgia bariátrica reduziu em 48% o risco de mortalidade de covid-19. Além disso, 113% desses pacientes não precisaram ficar internados, diminuindo por consequência os quadros graves em UTIs e de intubação”, alerta o médico.
Longe de ser uma cirurgia estética, Dr. Raul informa que a indicação da cirurgia metabólica ou bariátrica se deve a diversos fatores, não apenas quando há uma obesidade mórbida aparente. “Pacientes detectados com Obesidade grau 2 e com doenças associadas também estão aptos à cirurgia. Por exemplo: pacientes com diabetes tipo 2, hipertensos ou com quadros cardiovasculares, respiratórios comprometedores. Precisamos sempre avaliar no consultório e obter diagnósticos”, relata Dr. Raul.
Realidade em Sergipe
No Estado, a Medicina vem evoluindo com os procedimentos mais seguros e modernos. A cirurgia robótica, por exemplo, já se tornou uma realidade no hospital São Lucas. O método cirúrgico acontece através do robô Da Vinci, cujo treinamento Dr. Raul participou nos Estados Unidos. “Já realizamos em Sergipe 442 cirurgias robóticas dentro de quatro especialidades. A bariátrica foi pioneira no método, pois desde outubro de 2019 estamos operando com o Da Vinci. É um procedimento preciso, onde manipulamos o robô para realização da cirurgia. Através de orifícios minimamente invasivos o procedimento acontece com menos risco de infecção hospitalar, precisão nos movimentos, recuperação significativa, com menos dor no pós-cirúrgico, além de menor tempo de internamento. Estes fatores contribuem demais para que o paciente retorne rapidamente para seus afazeres”, avalia o médico.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica (SBCB) contabilizou uma diminuição nos procedimentos desde o início da pandemia. Com a redução considerável das cirurgias eletivas, tal quadro de elevação do peso do brasileiro é um fator de saúde a ser considerado. Em 2019, 12.568 cirurgias bariátricas ocorreram em território nacional pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2020, apenas 3.772. A SBCB também tem o indicativo das cirurgias realizadas via planos de saúde. Frente aos 52.599 procedimentos realizados em 2019, a redução foi menor (11%) em comparação a 2020, com 46.419 bariátricas realizadas.
Fonte: Assessoria de imprensa
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