Especialista tira dúvidas sobre osteoporose e mostra cuidados para evitar a doença (Foto: Portal Infonet) |
Segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso), 10 milhões de brasileiros sofrem com a osteoporose, que provoca o enfraquecimento ósseo, fraturas, dores excessivas e atinge principalmente idosos. Mas o que você sabe sobre essa doença? Para esclarecer, o Portal Infonet conversou com Artêmio Rocha Melo, médico especialista em ortopedia e traumatologia em Sergipe, que desmistifica alguns fatores da doença e do tratamento.
Portal Infonet – Qual a diferença entre osteopenia e osteoporose?
Artêmio Rocha – A osteopenia é o estágio inicial do enfraquecimento ósseo que, se não for prevenido, se torna osteoporose. Ela apresenta entre o paciente que tem uma massa óssea saudável e quem tem osteoporose, é um estágio intermediário. Normalmente, a pessoa que tem osteopenia não sente nada, é uma doença que cursa silenciosamente, exceto se tiver uma fratura ou algo semelhante. Quando chega a osteoporose, começam as dores, ocasionadas mesmo por pequenos traumas, por causa do osso enfraquecido.
Portal Infonet – Alguém pode ser diagnosticado com osteopenia? É reversível?
AR- Sim. Existe um exame chamado densitometria óssea, que detecta os estágios iniciais da doença, que é quando começa a perda da massa óssea. É fácil e rápido de se fazer, detectando facilmente. Se a pessoa começa a se tratar tomando medicamentos, fazendo atividades físicas e tendo exposição solar, pode sim ser reversível.
Portal Infonet – Qual a relação entre a mulher e osteoporose?
AR- A mulher tem uma probabilidade de ter osteoporose três vezes maior que a do homem, por causa do hormônio estrogênio. Ele estimula a fabricação de massa óssea. À medida que a mulher vai envelhecendo e a quantidade do hormônio cai, até a menopausa, ela fica um pouco desprotegida. Com a baixa hormonal, automaticamente, o osso vai ficando mais fraco e pode se tornar rapidamente osteoporose, provocando dores, deformidades e fraturas.
Portal Infonet – Como prevenir?
AR –Através de bons hábitos alimentares, com a ingestão de Ômega 3, presentes no peixe; comer leite e derivados, que provém cálcio; exposições ao sol e a prática regular de atividades físicas desde a infância.
Portal Infonet – Quais implicações na parte óssea provocadas pela osteoporose?
AR – O osso não é uma estrutura maciça. O tecido ‘esponjoso’ que fica por dentro dá sustentação ao osso. Com a evolução da osteoporose, a quantidade do tecido vai diminuindo, deixando alguns espaços vazios e tornando-o mais frágil e sem base. Isso faz também com que ele diminua.
Portal Infonet – Como é o tratamento?
AR – Uma vez diagnosticada, a doença pode ser tratada com exposição ao sol, atividades físicas, como musculação, hidroginástica, fisioterapia, caminhadas. De preferência, que pegue peso e estimulem as áreas afetadas. A ingestão de vitamina D é essencial e existem drogas da classe dos bifosfonatos, que agem no equilíbrio entre reabsorção e produção de osso novo e, com o tempo, deixa-o mais forte. A suplementação com cálcio também faz parte do tratamento.
Portal Infonet -Quais os casos mais graves?
AR – O grande risco são mesmo as fraturas. Se for um problema na vértebra, por exemplo, pode deixar a pessoa sem movimento nos membros superiores ou inferiores. Fraturas no quadril e no fêmur também demandam cuidados e podem exigir tratamento cirúrgico, provocando deformidades e deixando o paciente até sem andar. Algumas vezes, são tratamentos complicados e praticamente irreversíveis. Muitas vezes, a aplicação de placa e parafuso é inviável, já o osso quebra facilmente.
Portal Infonet – Existem casos de osteoporose em crianças e jovens? O que causa?
AR- Geralmente alguma doença renal ou na medula óssea. Um grau muito elevado de desnutrição, com carência de cálcio e vitamina D, causa o raquitismo, que também leva a osteoporose.
Portal Infonet –Podem ser encontrados tratamentos alternativos?
AR- Na coluna, além de RPG, que traz reequilíbrio muscular, existem os coletes, que redistribuem o peso e evitar que fique concentrado na região afetada da coluna, alongamentos vertebrais. Nas outras áreas, fisioterapia e atividades físicas. Mas também tudo aliado à suplementação vitamínica, com cálcio e vitamina D.
Por Victor Siqueira e Raquel Almeida
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