(Foto: Wellington Barreto/ ASN) |
Procedente do município de Tobias Barreto, uma paciente de 40 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH), ficou internada na área vermelha do pronto Socorro do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) em Glasgow 3, ou seja, em coma profundo, com 85% de probabilidade de óbito e em estado vegetativo. Foi encaminhada para exames de imagem e iniciada a investigação que constatou a morte encefálica da mesma.
Mesmo estando a paciente entre milhares com mesmo diagnóstico, atendidos em hospitais espalhados pelo mundo, sua história tende a brotar esperança e gratidão em cidadãos que aguardam na fila de espera o transplante de órgãos para, a partir daí, dar início a um novo ciclo de vida. Como potencial doadora de órgãos, a paciente que apresentou coma profundo teve os seus rins, fígado, coração e córneas captados no último dia 14, pela Organização a Procura de Órgãos de Sergipe (OPOS), instalada no Huse.
Todo o procedimento foi dinamizado após a assinatura de um termo de consentimento que sucedeu uma entrevista realizada com familiares da doadora. A partir da concordância dos mesmos, a Central de Transplante e a OPOS foi acionada. “Foram captados os dois rins e realizado exame denominado HDLA, apto a possibilitar a verificação, no Brasil inteiro, de receptor compatível para recebimento de órgãos. Após o resultado do exame, foi definido o envio de órgão para localidade onde há paciente compatível, sendo o fígado destinado ao Ceará, o coração encaminhado para Curitiba e as córneas foram transplantadas aqui em Sergipe”, informou a enfermeira da OPOS, Gisele Tourinho.
Participação
No primeiro semestre deste ano foram realizadas quatro doações de múltiplos órgãos (rins, fígado, coração) e 40 doações de córnea em todo o Estado. Em Sergipe já são 121 inscritos que aguardam doação de córnea. Maior unidade pública captadora de órgãos e tecidos de Sergipe, o Huse tem participação significativa no processo de redução da fila de espera por um transplante no Estado.
O cirurgião da OPOS, Antônio Alves Júnior, explica a importância da doação de órgãos para outras pessoas. “A doação é algo extremamente importante. É um processo exitoso diante da possibilidade de sobrevida de inúmeras pessoas que estão em fase terminal na função dos órgãos e não há outro jeito de tratar senão fazendo o transplante. É muito importante que as famílias de pacientes que evoluíram para óbito se sensibilizem e façam a doação desses órgãos. O ato favorece a não determinação da morte de pessoas que aguardam na fila por uma nova chance de vida”, ressaltou.
Protocolo
De acordo com os protocolos definidos pela Resolução 1480/97, do Conselho Federal de Medicina (CFM), são realizados os exames clínicos e complementares para fechar o diagnóstico de morte cerebral em pacientes que sejam potenciais doadores de órgãos.
O hospital, independente de dispor ou não de Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), deve promover os dois exames clínicos, um deles realizado por um neurologista e o exame complementar – eletroencefalograma (EECG), Doppler transcraniano ou angiografia cerebral, a fim de se confirmar o diagnóstico.
A mobilização de todos os segmentos da sociedade e dos profissionais da saúde para realizar o diagnóstico, além da autorização do familiar, são ações imprescindíveis para o êxito da captação de órgãos para transplantes.
Fonte: Ascom FHS
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