Pacientes vindos de UPAs e postos superlotam o Huse

Superlotação: 87% dos pacientes do Huse deveriam ser acolhidos nos postos de saúde (Foto: SES)

Quando uma Unidade Básica de Saúde ou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) não oferece assistência básica ou paralisa suas atividades, a população que precisa de atendimento de baixa complexidade (gripe, dor de cabeça, virose, dor de barriga, febre) imediatamente migra para o Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), que é referência Estadual para casos de urgência e emergência em média e alta complexidades, e trauma. Chegando lá, todos são recebidos e assistidos. Porém, essa migração superlota a unidade e compromete os demais serviços.

Para se ter uma ideia do grande fluxo de pacientes com este perfil, segundo o Sistema Integrado de Informatização de Ambiente Hospitalar (Hospub), nos dias 18 e 19 de outubro, o Huse recebeu 1.010 pacientes totais, sendo que 880 foram de baixa complexidade. Ou seja, 87% desses usuários deveriam ser acolhidos pela atenção primária.

A aposentada Belice Alves dos Santos, 77, reside no bairro América, em Aracaju, e procurou o Huse por não conseguir atendimento médico perto da residência. “Fui ao posto de saúde e lá fiquei sabendo que não havia profissionais para me atender. Por isso, recorri ao Huse. Aqui fui bem acolhida e atendida. Agora, estou tomando medicação e como o médico me disse que não tenho nada grave, receberei alta”, falou.

“Por ser uma unidade porta-aberta, de acordo com o que preconiza o Ministério da Saúde, os pacientes procuram o Huse diariamente pelos mais variados motivos. São considerados de baixa complexidade por receber assistência clínica com alta médica em menos de 24 horas”, destaca a superintendente do Huse, Lycia Diniz.

Os números impressionam e chamam atenção para os casos de superlotação. Ainda segundo o Hospub, do total 116.902 atendimentos no Huse este ano, 99.775 foram caracterizados como baixa complexidade. Desses, o Huse recebeu 1.134 casos com febre, 2.434 com dor de cabeça, 1.830 com dor de ouvido e 4.102 com dor abdominal. O aumento desordenado da demanda tem causado prejuízos administrativos e assistenciais à unidade.

“É considerada a superlotação quando ultrapassa a média. Quando há o aumento da demanda, o abastecimento é comprometido já que a presença de mais usuários exige mais uso de materiais, insumos e medicamentos. Além disso, há o desgaste natural das equipes porque os profissionais gastam mais tempo, já que o Huse prioriza o atendimento humanizado e individualizado. A superlotação causa estresse na equipe multidisciplinar do plantão, como também, nos pacientes e acompanhantes”, revela a coordenadora administrativa do Huse, Aline Bastos.

De acordo com o coordenador do Pronto Socorro do Huse, Vinicius Vilela, muitos pacientes chegam ao Huse por demanda espontânea. “Isso acontece mesmo sem apresentar qualquer tipo de complexidade ou sem ser referenciado por outra unidade hospitalar. O Huse segue os princípios do SUS, seguindo o padrão da universalidade: todos os pacientes que chegam são atendidos”, ressalta.

Fonte: SES

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