Pediatra fala sobre Icterícia neonatal em recém-nascidos

A Icterícia Neonatal é definida como coloração amarelada da pele e das escleróticas, em decorrência do aumento sanguíneo da bilirrubina (Foto: SES)

A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), busca investigar os diferentes problemas de saúde que possam atingir os recém-nascidos. Nesse sentido, a médica Klebiana Santos Gomes de Barros, neonatologista e pediatra da maternidade, apontou a Icterícia Neonatal, definida como coloração amarelada da pele e das escleróticas, em decorrência do aumento sanguíneo da bilirrubina, como uma das patologias mais frequentes do recém-nascido, uma doença comum que afeta 60% dos bebês.

A médica deixa claro que o problema nos prematuros pode chegar aos 80%.  “É um acontecimento que assusta as mães da MNSL, já que a unidade recebe uma grande quantidade de bebês prematuros. Na maternidade, há uma média semanal de três novos casos que são atendidos na Ala Azul”, disse Klebiana Santos.

Ela advertiu, ainda, que a icterícia é um advento que acontece no período neonatal. “Ela pode ser fisiológica ou patológica. É fisiológica, quando ocorre após 24 horas de vida. Já a patológica acontece quando inicia antes das 24horas, que seria uma icterícia precoce. Na MNSL, fazemos avaliação clínica no bebê e a depender do resultado, pedimos exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico com essa abordagem”, reforçou.

A médica atentou que a MNSL possui um índice maior de icterícia porque trabalha com muitos prematuros. “A doença tem uma resolução muito boa com a fototerapia, poucos casos precisamos intervir de forma mais agressiva. Ela lembrou que a doença se manifesta prelo excesso de bilirrubina no sangue, que é processada pelos glóbulos vermelhos. No caso de crianças com a pele mais escura devem-se observar os olhos ou as gengivas se estão amareladas”.

Cor Amarela

A icterícia é uma condição que pode aparecer repentinamente ou desenvolver-se lentamente com o tempo. Os principais sinais e sintomas costumam incluir pele amarelada, a parte branca do olho amarela, cor amarela na parte de dentro da boca. Ela explicou que os recém-nascidos tendem a ter níveis de bilirrubina mais elevados porque seu fígado ainda não consegue metabolizar o excesso da substância.

A médica observou que níveis elevados de bilirrubina podem provocar toxicidade no sistema nervoso central, conduzindo a morte celular e nervosa, e o quadro Kernicterus que leva o recém-nascido à convulsão com possíveis danos neurológicos. “Um dos fatores de risco para a icterícia é a prematuridade, que 80% dos bebês evoluem para a coloração amarelada. Outro fator, abordado é a incompatibilidade do sangue da mãe e do recém-nascido. A icterícia é detectada através do exame de sangue.

Klebiana explicou, também, que recém-nascidos podem apresentar a icterícia como algo fisiológico (normal), quando acontece  após 24 horas de vida, ou seja, entre segundo e terceiro dias de vida e vão melhorando entre o quinto e sétimo dias de vida. Caso essas características não sejam seguidas, doenças deverão ser pesquisadas a fim de se identificar a causa. “A icterícia  na maioria das vezes é sinal de algum problema no fígado, algo fisiológico. O bebê quando nasce possui células do sangue da mãe, o que faz a criança ter quantidades de células vermelhas adequadas ao tamanho dela, quando elas são destruídas em grande abundância, a cor amarela começa a aparecer.

“Isso tem relação com o ferro em quantidade excessiva e pode causar deficiência, retardo ou alterações cerebrais”, comentou a psiquiatra Ana Salmeron. Ela ressaltou que a icterícia não é doença em si, mas a manifestação visível de alguma doença subjacente. Alguns bebês apresentam diagnóstico de icterícia ainda na maternidade, antes da alta hospitalar, a parturiente Claudinice Sousa Santos, de 34 anos de idade é  mãe de Jeferson Cauê. Está internada na ‘Lourdinha’ e teve o pequeno na maternidade de alto risco já que apresentou diabetes gestacional.

Fototerapia

A fototerapia é o tratamento mais indicado, mas só se a icterícia não regredir espontaneamente. Popularmente conhecida como banho de luz, a técnica expõe a criança à luminosidade emitida por lâmpadas específicas, que atinge diretamente a estrutura do pigmento, diluindo-o e eliminando-o.

Cauê nasceu com 4,364 kg e 53 cm, e teve icterícia e está aguardando o resultado do exame para ter alta. Ela disse que a maternidade é muito boa e tem um ótimo atendimento, que seu bebê passou dois dias tomando banho de luz. Edleine Sousa Pereira, 35 anos de idade, descobriu durante a gestação que estava com câncer de mama. Ela já é mãe de Rodrigo, de 15 anos. No último dia 20 nasceu o pequeno Miguel, com 34 semanas (prematuro) com 2,5 kg, razão para continuar o tratamento com mais força.

O pequeno está na unidade fazendo fototerapia para o tratamento da icterícia. Edleine falou que durante a gestação fez uma mastectómica e que a gravidez a ajudou a ter forças para enfrentar o câncer. Seu bebê está na unidade com icterícia e fazendo fototerapia. Confiante, a mamãe disse  que a técnica usada para seu bebê é muito boa, a fototerapia é eficaz, a luminosidade emitida pela lâmpada atinge diretamente a estrutura do pigmento da pele, eliminado  a icterícia.  .

“Se eu estou enfrentando um câncer de mama, a icterícia do meu filho,  está  sendo tratada com muita tranquilidade,  aqui  na  maternidade”, disse Edleine. Ela está na ala azul da unidade, esperando o filho terminar a fototerapia, aguardando alta para retornar ao seu tratamento  e aguardando outro exame de sangue  para saber se seu bebê deve continuar no banho de luz, conhecido como fototerapia ou se recebe alta.

A psicóloga da Ala Azul da MNSL, Kátia Cristina de Santana, comentou que a paciente Edleine Souza, está bem emocionalmente, que teve apoio de seus familiares no tratamento do câncer de mama, o que nesses casos é muito importante. “Nem sempre acontece desse jeito, mas tudo dependerá de uma rede de apoio, família e equipe multidisciplinar”, alertou Kátia.

Icterícia Neonatal

É uma manifestação (síndrome) que pode ser fisiológica ou decorrente de patologia que ocorre em recém-nascidos em consequência do aumento de bilirrubina indireta (hiperbilirrubinemia) na corrente sanguínea, sendo sua manifestação clínica a icterícia, isto é, a pele e as mucosas tornam-se amareladas.

Icterícia é definida como a presença de uma cor amarelada na pele, nas membranas mucosas ou nos olhos. O problema não é uma doença, mas sim a manifestação visível de alguma doença subjacente.

A icterícia pode acontecer se muitos glóbulos vermelhos estiverem morrendo, ou seja, por aumento de produção da bilirrubina, mas também se houver a presença de alguma doença hepática. Neste caso, a anormalidade está na metabolização. Além disso, também pode haver icterícia se a bilirrubina não for capaz de passar adequadamente pelo trato digestivo, caracterizando algum problema obstrutivo.

Fonte: SES

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