População e funcionários reclamam de estrutura de UPA

Cadeiras usadas por funcionários que elaboram as fichas (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

Continua precário o atendimento a pacientes na Unidade de Pronto Atendimento Fernando Franco [Zona Sul] no Conjunto Augusto Franco, em Aracaju. A população reclama da falta de medicamento, de material básico para curativo e ausência de pediatras na escala de plantão. Os servidores também não estão satisfeitos com as condições de trabalho.

“Eu fui bem atendida pelo médico, mas não adiantou nada porque ele passou o remédio e não tinha a medicação”, conta a cabeleireira Dilma Almeida. “Quando eu mostrei a receita, a funcionária disse: ‘este aqui tem, mas este não tem’. Eu melhorei porque tomei um remédio de pressão que eu tinha na minha bolsa”, observou a cabeleireira.

O técnico judiciário Jorge Silva revelou que foi à UPA levar o filho, que apresentava sinais de inflamação na garganta. “Tem mais de uma hora que estou aqui e meu filho está lá dentro, não sei como ele está”, observou. Além da morosidade no atendimento, Jorge Silva aponta outras deficiências. “Este painel era para funcionar, trazendo informações sobre a equipe de plantão. Mas está tudo apagado, não fica ligado e a gente fica sem saber qual médico está trabalhando”, reclama. “Muitas crianças voltaram. Na certa, não tinha pediatra para o atendimento”, garantiu.

Dilma: sem medicamento

A cabeleireira Dilma Almeida também lamenta a falta de estrutura adequada para acolher os pacientes. “A gente fica em pé com o soro na mão porque não tem cadeiras e as que têm estão rasgadas”, diz. “Eu até trago um lençol de casa porque tenho nojo das cadeiras. Se fosse uma clínica particular, estava fechando por causa dos fungos”, adverte.

Condições de trabalho

Procurados pelo Portal Infonet, os servidores se recusaram a ser identificados porque temem represálias, mas admitem parte das falhas apontadas pela população. “Medicação tem. O problema é que as pessoas não querem comprar. A medicação que tem é para uso interno do hospital”, revela uma das servidoras. “Pediatra teve pela manhã, mas não vai ter à tarde porque não há profissional na escala. Um problema que o novo secretário tem que resolver”, observou.

Os servidores também admitem a precariedade nas condições de trabalho. “Não tem computador, fazemos o nosso trabalho sentados em cadeiras quebradas e a greve nos postos de saúde sobrecarrega a gente”, comentou uma outra funcionária. “Na verdade, ninguém olha para os servidores. Estamos sobrecarregados e abandonados, sem falar nas agressões verbais que sofremos dos pacientes”, observou uma terceira funcionária entrevistada pelo Portal Infonet.

A falta de computadores também é uma queixa dos servidores. “Com a informatização, a gente tem acesso a toda a ficha do paciente digitando apenas o número do RG [carteira de identidade]. Mas aqui não. Quando o paciente retorna a gente tem que fazer toda a ficha dele de novo, e à mão, escrevendo”, diz a funcionária.

Jorge: morosidade e falta de estrutura

Procurada pelo Portal Infonet, a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde informou que o novo secretário, Alvimar Rodrigues de Moura, assumiu o cargo na ultima terça-feira e está avaliando toda a situação, visitando as unidades e elaborando um relatório prévio dos problemas. “Nos próximos dias, ele [o secretário] se reunirá com o prefeito João Alves Filho para tomar as providências necessárias para amenizar os problemas mais urgentes, tantos relativos às Unidades de Saúde quantos às UPAS”, informa a assessoria, em nota enviada à redação do Portal Infonet.

Em fevereiro deste ano, a UPA sofreu interdição do Conselho Regional de Enfermagem (Coren) justamente pela falta de medicação e de insumos básicos.

Por Cássia Santana

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