Magna: filha sem vacina |
A interdição ética anunciada na sexta-feira, 22, pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren) no Hospital Regional de Nossa Senhora do Socorro está sendo cumprida com o rigor exigido pelos diretores da entidade. Apenas os casos de emergência estão sendo atendidos naquele hospital e os demais pacientes são orientados pelos servidores a buscar a prestação do atendimento no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).
A população não aceita, reclama da falta de atendimento, denuncia a falta de médicos e responsabiliza o Governo pela deficiência na prestação do serviço à saúde naquela unidade. “Este hospital está uma negação, nunca tem médico”, resume o encarregado de turma de limpeza Erisvaldo dos Santos, que estava acompanhando um paciente naquele hospital e nem sabia que o hospital estaria sob interdição ética do Coren. “Pois eu nem sabia”, observa.
Assim como o encarregado, a cozinheira Maria Magna de Jesus também desconhece a interdição ética. “Bem que desconfiei que alguma coisa estava acontecendo porque outro dia eu tive aqui e uma mulher tinha caído da cama, mas os funcionários disseram que não tinham condições de fazer o raio X naquele momento porque estava havendo fiscalização”, reage a cozinheira. “Eles fazem as coisas erradas aí dentro e a gente é quem paga, sofrendo com a falta de atendimento”, analisa.
Hospital Regional só atende pacientes em estado grave |
A cozinheira foi à unidade em busca de atendimento para a filha dela, uma adolescente de 16 anos vítima de uma mordida de cachorro. “Ela tomou a primeira dose da vacina aqui e hoje ia tomar a segunda dose, mas eles disseram que só estava atendendo quem estivesse morrendo e mandou a gente procurar o João Alves [Hospital de Urgência de Sergipe – Huse]”, conta Magna.
Críticas
A direção do Coren rebate as críticas dos diretores executivos da Fundação Hospitalar de Saúde, que atribuem a interdição ética naquela unidade a interesses eleitoreiros dos dirigentes do Coren. “Os comentários tecidos pela diretoria executiva em nada traduzem a realidade dos fatos que levaram o Coren a adotar medida de interdição ética parcial”, destaca a nota encaminhada pela diretoria do Coren à redação do Portal Infonet.
Na nota, os dirigentes explicam que o processo eleitoral no Coren ainda não foi deflagrado e informa que os atuais dirigentes estão impossibilitados de disputar o pleito. “Pedir que seja colocado policiamento, aumentado o numero de segurança interno no hospital é mais que obrigação para garantir que o serviço ali prestado não sofra com ameaças de morte, como vem ocorrendo nos últimos meses, constantemente”, observa os diretores do Coren, na nota. “Na verdade, passar a responsabilidade para outrem, sem um reconhecimento da própria culpa é, sim, o que a Fundação Hospitalar de Saúde vem fazendo”, complementa.
Em resposta à posição do Coren, a assessoria de imprensa da FHS encaminhou nova nota mantendo a posição da diretoria executiva. “A direção da Fundação Hospitalar de Saúde considera a atitude do Coren um abuso, já que compromete o atendimento ao paciente. Afirma que está adotando as medidas judiciais imediatas necessárias para a suspensão do ato, de forma a garantir a assistência ao usuário”, resume, a nota.
Por Cássia Santana
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