Presidente do Sindimed, João Augusto (Foto: Arquivo Infonet) |
A isonomia salarial é também uma questão que tem sido levantada pelos médicos da rede pública, com relação aos médicos cubanos. O Presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe (Sindimed), João Augusto, disse que os profissionais receberão salários superiores aos de carreira e, por isso, em janeiro de 2014, a classe médica vai deflagrar greve, se não houver a isonomia. Os médicos estrangeiros trabalharão como bolsistas durante os três anos de atuação no programa.
João Augusto ressaltou ainda, que enquanto os profissionais de carreira receberão salários menores, os beneficiados com o “Mais Médicos” recebem integralmente o valor a ser liberado pelo governo brasileiro. A maior parte ficará com o governo de Cuba. O presidente do Sindimed garantiu que a partir de janeiro do próximo ano, o problema vai gerar conflito na classe médica de todo o país. “Em janeiro, entraremos em greve, se não houver isonomia salarial porque eles pagam mais do que os atuais concursados. Aqui em Aracaju, por exemplo, eles vão receber R$ 4 mil a mais do que os médicos de carreira, portanto, vamos exigir isonomia. Eles ocupam o mesmo cargo que o nosso. Trazendo a questão para a realidade de Aracaju, o salário líquido para os médicos do Programa é de R$10 mil, que é a bolsa. Entretanto, o médico de carreira aqui em Aracaju ganha R$6 mil. Em São Cristóvão é ainda pior, porque são R$4 mil brutos, dentre outros”, diz.
João observa que esse é um dos motivos da falta de médicos. “O Governo Federal acha que para levar médicos ao interior tem que pagar de R$10 mil líquidos e esse valor nunca foi pago para um médico brasileiro, pelo menos aqui em Aracaju. Portanto a greve será inevitável se não houver a isonomia. Esta informação já foi passada para as secretarias”, concluiu.
Supervisão
Um dos pontos analisados pelo Sindimed é a caracterização do programa, como projeto de “formação médica”, com previsão de pagamento de bolsas, enquanto que a divulgação do programa pelo próprio governo federal afirma que os profissionais serão contratados para atender pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Remuneração
De acordo com o programa, os médicos trabalharão como bolsistas durante os três anos que atuarão no Brasil. Os cubanos vão receber entre 40% e 50% da bolsa de R$ 10 mil mensais oferecida pelo governo brasileiro. O valor integral será repassado pelo governo cubano, que reterá a maior parte dele. O restante, entre R$ 4 mil e R$ 5 mil, irá para os médicos. Além disso, eles continuarão recebendo os salários que ganham em Cuba.
O Ministério da Saúde manifestou-se anteriormente sobre as críticas e informou que a bolsa no valor de R$ 10 mil, prevista no Mais Médicos, consiste em uma “bolsa formação”. Explicou que a remuneração é para a especialização na atenção básica. Os médicos terão que contribuir com a Previdência Social para terem direito a licenças e outros benefícios.
Por Eliene Andrade
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