Posto de saúde “fantasma” gera protestos no Santa Maria

Protesto ocorreu na manhã desta terça-feira, 21 (Fotos: Portal Infonet)

A manhã desta terça-feira, 21, foi marcada por protestos no conjunto Valadares, no bairro Santa Maria, zona Sul de Aracaju. Com auxílio de carro de som e faixas, moradores e agentes de saúde da Unidade da Família Dr. Osvaldo Leite reivindicaram a entrega da Unidade de Saúde que estava prevista para ocorrer nesta terça.

A placa da obra mostra que os investimentos para demolição e construção da Unidade de Saúde foram orçados em mais de R$ 864 mil reais. Segundo informações de populares, a demolição do posto médico ocorreu em maio do ano passado, porém a obra para construção não chegou a ser iniciada. No local, apenas o terreno do que já foi uma unidade de saúde que atendia a região.

“Hoje era para ser entregue o posto pronto e o que constatamos no local é que não foi instalado nenhum bloco, nem nada. A comunidade está sendo penalizada”, relata a agente comunitária, Rita de Cássia.

Entrega da obra da Unidade de Saúde Dr. Osvaldo Leite deveria ocorrer nesta terça-21

Revoltada com a situação enfrentada, a dona de casa, Jaciara Serapião, 31 anos, denuncia a demora no atendimento. “É uma tristeza o que nós estamos passando. Ter que nos humilhar em outro posto para sermos atendidos, porque saímos às 7h para pegar uma ficha, para meio-dia marcarmos o horário, para somente às 15h sermos atendidos”, reclama.

A também dona de casa, Maria de Fátima Pereira, 23 anos, questiona os investimentos previstos na obra. “Eu me sinto um nada, porque o dinheiro foi para onde? Eles receberam a verba e a obra? Cadê?”, diz.

O representante da Central Sindical e Popular (CSP – Conlutas), Clovis José Soares, 52 anos, classificou a demora da obra como uma “situação vergonhosa”.

Comunidade denuncia ainda demora no atendimento da Unidade Elizabeth Pita

“Nós estamos apoiando este movimento por acreditar que este é um movimento justo. Porque quando o governo quer fazer uma obra rápida ele faz. Essa é uma situação vergonhosa, você ver um posto de saúde passar um ano sem ser construído, é lamentável.”

Pacientes transferidos

Há cerca de nove meses, os pacientes que antes eram atendidos na Unidade da Famíla Dr. Osvaldo Leite, foram transferidos para a Unidade de Saúde, Elizabeth Pita. De acordo com a agente comunitária Rita de Cássia, o posto médico não consegue atender a grande demanda.

“Quando precisamos de atendimento temos que recorrer a Unidade de Saúde Elizabeth Pita, que faz o atendimento em meio expediente, e lá só conseguimos 12 atendimentos diários no turno da tarde, sendo que a Unidade da Famíla Dr. Osvaldo Leite cobre mais de nove mil famílias, então ficamos sem suporte a saúde”, relata.

Local onde seria construído o posto médico Osvaldo Leite está intacto

Justiça

Cansados do descaso que se encontra a obra, os moradores estão fazendo um abaixo assinado que será entregue durante audiência nesta quarta-feira, 22, ao Ministério Público Estadual (MPE). Na ocasião, os moradores afirmam que irão ingressar com uma ação contra a Prefeitura Municipal de Aracaju.

SMS

Em entrevista ao Portal Infonet, a assessora de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Cristina Rochadel, informou que “levantamentos foram realizados meses anteriores e constatamos a precariedade da estrutura física da Unidade de Saúde da Família Dr. Osvaldo Leite. Em conversa com os médicos e usuários da unidade, foi pedido a transferência dos atendimentos, e assim foi feito, transferimos os pacientes para o Elizabeth Pita”, relata.

A dona de casa, Jaciara Serapião

A dona de casa, Maria de Fátima

Ainda segundo a assessora, o prédio foi demolido por oferecer risco a toda a população. “A unidade estava em péssimo estado de conservação, apresentando rachaduras e infiltrações. Sabíamos que bastava uma chuva forte para o prédio desabar”.

De acordo com Cristina Rochadel, a demora na construção da Unidade de Saúde se deu pela desistência de suas empresas que venceram a licitação. “Duas empresas não tiveram interesse em fazer a obra, por conta de dívidas da Secretaria de Saúde referente ao ano de 2010. Um novo processo licitatório segue em andamento para poder garantir o início das obras do posto médico”, finaliza.

Por Leonardo Dias e Kátia Susanna

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