Pré-natal: capacitação reúne médicos e enfermeiros da Atenção Básica

O curso, que será realizado em módulos, irá discutir a tora materna ou linha de cuidados que o Sistema Único de Saúde (SIUS) oferece às mulheres, do período gestacional ao puerpério (tempo de 45 dias após o parto) (Foto: Flávia Pacheco)

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) reuniu nesta terça-feira, 30, no auditório da Faculdade Estácio de Sergipe (Fase), médicos e enfermeiros que atuam nas Unidades Básicas de Saúde dos 75 municípios sergipanos para uma capacitação sobre o pré-natal. O curso, que será realizado em módulos, irá discutir a tora materna ou linha de cuidados que o Sistema Único de Saúde (SIUS) oferece às mulheres, do período gestacional ao puerpério (tempo de 45 dias após o parto).

O primeiro módulo da capacitação iniciou-se nesta terça-feira, abordando estratificação de risco, intercorrências mais comuns e exames necessários à gestante, além de apresentar o panorama local da situação obstétrica com dados epidemiológicos, segundo informou a Referência Técnica do Programa Saúde da Mulher da SES, Rita Bittencourt. “Foi uma manhã de aprendizado porque as temáticas são de grande relevância para os profissionais médicos e enfermeiros que atuam nas UBS”, disse ela.

O ginecologista e secretário adjunto de Saúde de Aracaju, Carlos Noronha, foi um dos ministradores da capacitação e preparou sua aula seguindo duas abordagens: a assistencial, realizada na ponta da rede pelos profissionais, e a gestora.  “Os médicos e enfermeiros já têm o conhecimento sobre o pré-natal, mas a gente vai falar o que temos de atualidade, de evidências científicas mais novas. Em outro momento, teremos uma fala de gestão, apresentando a versão de como ela vê e identifica todo esse processo”, adiantou.

Na sua avaliação, a rota materna, a linha de cuidados em saúde da mulher materno-infantil precisa avançar bastante para oferecer cada vez mais uma assistência de qualidade, uma vez que os indicadores – que são as respostas da atuação das políticas públicas – não são bons. De acordo com Noronha, a mortalidade materno e infantil estão em alta, não só em Sergipe, mas em todo Brasil.

“O que a gente percebe é que o ordenador maior da linha de cuidado é a Atenção Básica e esta área precisa ser trabalhada e melhorada no sentido de a gente direcionar melhor essa mulher para as referências, seja de risco habitual ou de alto risco. A oferta de exames também é um problema que precisa ser enfrentado para melhorar o acesso dessa gestante a eles”, disse.

Para o médico de saúde da família do município de Canindé do São Francisco, Jesce de Andrade Júnior, a capacitação é importante. “Nós que passamos praticamente a semana inteira no interior sentimos dificuldade de buscar cursos extras para atualização. Então essas iniciativas facilitam o nosso trabalho e melhoram a qualidade do serviço que a gente oferece aos nossos pacientes”, enfatizou.

Na unidade de saúde de Canindé do São Francisco a terça-feira é dedicada ao pré-natal. Neste dia, médicos e enfermeiros realizam consultas com as gestantes, cada um dentro da sua competência e de forma alternada. Segundo informou Jesce Júnior, no primeiro trimestre de gestação a consulta mensal, a partir do segundo trimestre, a cada 15 dias e, no final da gravidez, passam a ser semanais.

A enfermeira da Atenção Básica de Areia Branca, Arlen Darlane dos Santos Castro, está há um mês na função e aguardava pela capacitação com a ansiedade de quem gosta de aprender. “Eu preciso muito, estou entrando agora, então quero muito ampliar meus conhecimentos para desenvolver um trabalho melhor”, disse, acrescentando que na consulta com a gestante a enfermeira faz o controle da pressão arterial, acompanha a altura uterina, peso, passa orientações sobre alimentação e cuidados com a saúde.

Sua colega do município de Malhador, Dejanete Andrade de Vieira, tinha muitas expectativas em relação á capacitação. Ela também está há pouco tempo na área, somente oito meses. “Esta é minha primeira capacitação em pré-natal e espero aprender bastante”, declarou ela, completando as informações da colega sobre as atribuições da enfermeira em uma consulta de pré-natal: “Fazemos o cadastro, solicitamos os exames de acompanhamento, informamos sobre medicamentos que pode ou não usar, sobre dosagem e controle do sal e do açúcar para evitar hipertensão e diabetes gestacional, enfim, os cuidados necessários para uma gestação tranquila”, completou.

Fonte: SES

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