Fonoaudióloga Clarissa Santana fala sobre problemas de comunicação na infância (Fotos: Portal Infonet) |
Nos primeiros meses de vida, o principal meio de comunicação se dá pelo choro. Com o passar do tempo, habilidades como o riso, o olhar, e a adaptação de expressões faciais viram meios de interação adquiridos para demonstrar sensações. Segundo a fonoaudióloga Clarissa Santana, com aproximadamente um ano, uma criança pode ser capaz de falar algumas palavras simples, como "mamama, papa, agu", compreende ordens simples, gestos de não.
A fonoaudióloga diz ainda que, por volta dos dois anos, a criança consegue falar mais palavras e já começa a inserir verbos simples no vocabulário em frases curtas, como "quer comer não", "quer casa vovó". “Se chegar nessa faixa etária e os pais notarem que a criança não consegue falar ou responder a estímulos auditivos é recomendável que se identifique, juntamente com o pediatra, se todo o desenvolvimento da criança está em atraso [cognitivo,motor e llinguístico]. E procure um especialista o quanto antes”.
Clarissa também adverte que se deve considerar que cada criança tem seu desenvolvimento global e linguístico particular. "Então, é importante dizer que não é por que uma criança está nessa idade, se desenvolvendo dessa forma, que a outra assim o faça. Muitas são as causas para se justificar atraso no desenvolvimento da linguagem, mas muitas vezes se uma criança demorar a falar mais que a outra é apenas um desvio em relação a média", explica.
Desvios fonéticos e fonológicos, gagueira, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), deficiências auditivas, autismo e disfagia são alguns diagnósticos passíveis de acompanhamento fonoaudiólogico.
Uma vezque se encontre na criança um diagnóstico de desvio fonético ou trocas de fala, o tratamento, segundo Clarissa, atua em “exercícios de mobilidade e tonicidade de lábios, língua entre outros exercícios, para encontrar o ponto articulatório do som das palavras". Ela ainda fala sobre a importância da presença e compreensão dos pais em terapia. “A extensão do tratamento terapêutico é a casa. Eles precisam saber que estratégia é utilizada, como eles precisam atuar no lar e no cotidiano, e serem orientados a lidar adequadamente com as limitações de seu filho”, diiz.
O atraso do desenvolvimento da fala também pode ter origem na gestação."Se a mãe, por exemplo, contrair rubéola enquanto grávida, a criança pode nascer com perda auditiva e, consequentemente interferir na comunicação". O autismo também pode influenciar no desenvolvimento da linguagem. Nesse caso, o diagnóstico multidisciplinar e o tratamento são feitos de maneira mais cautelosa e próxima do que é apresentado pela criança, segundo Clarissa.
Patrícia fala da importância do fonoaudiólogo para o tratamento de Ícaro |
“Buscamos outras estratégias para trabalhar com ela, geralmente com atividades lúdicas, que são muito importantes para atingi-las; acompanhamento multidisciplinar, com participação da escola, de psicopedagogos, e a inserção do contato com outras crianças. Mas é fundamental também trabalhar com o que a criança oferece para a gente, através de seus campos de interesse, que às vezes se dão por meio da música, contato com animais ou tecnologia”.
Patrícia Alves comenta que a descoberta do tipo de autismo de seu filho se deu através de consultas com uma fonoaudióloga. “Ele apresentava problemas de fala e não fixava o olhar. O tratamento foi a principal porta para conhecer a real situação”, detalha.
Por Victor Siqueira e Jéssica França
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