Fiscalização no Huse tem o objetivo de avaliar a qualidade do serviço de enfermagem (Fotos: Portal Infonet) |
Profissionais sobrecarregados, falta de maca, medicamentos e de locais para banho. Isto é só uma parte dos problemas encontrados no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) por equipes dos conselhos Federal e Regional de Enfermagem de Sergipe (Cofen e Coren/SE) durante fiscalização que foi iniciada na última segunda-feira, 19, e segue até hoje, dia 20.
A iniciativa, que tem por objetivo fiscalizar a assistência prestada atualmente no local, foi motivada pela atual situação do hospital e por denúncias realizadas por profissionais que lá trabalham.
De acordo com o coordenador do departamento de fiscalização do Coren/SE, Márcio Barbosa, os profissionais do Huse não têm condições adequadas de prestar assistência à população.
“Há um número excessivo de pacientes para cada profissional, falta materiais e medicamentos, antibióticos e, inclusive, há relatos de óbito pela precariedade na assistência do serviço. Encontramos também pacientes sem prescrição, sem usar medicação necessária, utilizando macas sem colchão e sem condições de higiene por não terem onde tomar banho. Tem gente há vários dias nos corredores lotados esperando há dias por uma cirurgia”, denuncia Márcio.
Márcio Barbosa, coordenador do departamento de fiscalização do Coren/SE |
Para o coordenador, a situação é prejudicial tanto para os profissionais como para a sociedade. “No momento que você tem uma quantidade elevada de pacientes e não há um fluxo correto, não existe condições de prestar assistência de qualidade. Então o profissional de enfermagem aqui no Huse, não tem as condições adequadas, o que pode induzir a um erro que não será por culpa dele e sim, da situação instalada no hospital”, revela.
Fiscalização
A equipe responsável pela fiscalização é composta por 10 profissionais, sendo sete conselheiros e três fiscais oriundos do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará. Um deles é Ana Tereza Ferreira, membro da câmara técnica de fiscalização do Cofen. Para ela, a situação é complicada e os profissionais precisam se adequar às legislações dos Corens e Cofen.
“A questão de ambiente e estrutura de logística dificulta a situação. Falta de material para o profissional trabalhar e prestar uma assistência de qualidade realmente é a parte mais grave. Não tem lugar e nem cadeira para banho, não tem dipirona e profenide. Além disso existem pacientes sem colchão e com maca enferrujada. A enfermagem que trabalha aqui põe em risco a categoria e a principalmente sociedade, pois ela não está cuidando, está só tirando da rua”, avalia Ana Tereza.
A servidora do Cofen destaca que a fiscalização também possui um caráter educativo. “Intensificando nossa fiscalização, nós vamos fazer um trabalho educativo e se necessário for, judiciário. É importante destacar que, antes de tudo, nós chegamos até o gestor e mostramos que ele não está dando condições de trabalho ao profissional. Uma categoria que soma mais de 1 milhão e 800 profissionais no país, onde 70% das atividades de saúde são exercidas por eles, jamais pode ser ser tratada desse jeito", afirma.
A sobrecarga no trabalho é um dos fatores que preocupa a coordenadora de enfermagem do Pronto-socorro adulto, Michelle Prado. "Costumamos dizer que a enfermagem é a linha do cuidado. Damos banho, medicação, cuidamos do paciente e propicimamos a melhora do quadro dele. Hoje temos uma sobrecarga de trabalho, pois somos um pronto-socorro de porta aberta, recebemos pessoas de todos os lugares e não podemos fechar as portas", conta.
A superintendente do Huse informa que ainda não recebeu o relatório final da fiscalização e só irá se pronunciar depois da ciência do documento.
Por Verlane Estácio e Kátia Susanna
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