Professor da Fiocruz fala sobre reforma psiquiátrica

Paulo Amarante, professor da Fiocruz, fala sobre importância do Movimento de Reforma Psiquiátrica (Foto: Portal Infonet)

O Movimento Brasileiro de Reforma Psiquiátrica, com 40 anos de consolidação no Brasil, foi fundamental para dar um novo rumo à estrutura e modelos de tratamento no país. O idealizador do projeto, Paulo Amarante, atualmente professor titular da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, está em Aracaju para falar sobre assuntos relacionados à saúde mental.

“As pessoas eram aprisionadas e tinha-se a imagem que os pacientes eram maus, que não poderiam se controlar. Era uma relação de medo, e eles eram abandonados. Quando começamos a fazer o trabalho, os tratamos em regime aberto, e incluímos música, teatro, pintura, e outras atividades, como o próprio trabalho”, diz o professor Amarante.

Desde o início do Movimento até agora, foram fechados mais de 60 mil leitos psiquiátricos em condições impróprias. Em contrapartida, foram abertos quase três mil Centros de Atendimento Psicossocial (Caps), que conta com psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, e outros profissionais.

Baleia Azul

O jogo da Baleia Azul, que ganhou notoriedade no Brasil nos últimos dias, consiste em uma série de tarefas que tem como objetivo final o suicídio, e é difundida entre adolescentes a partir de 12 anos. Um dos principais meios para atingir o público que participa é através de coerção, detectando jovens com princípios de transtornos psicológicos, como a depressão.

Para Amarante, um dos fatores que contribui para o aumento dos índices entre jovens é a pressão social. “Acho que essa situação é um reflexo do caminho que a sociedade optou. Às vezes as pessoas criticam quem faz isso, mas todos tem uma postura muito individualista, que deixa outros isolados. O projeto que se espera de um adolescente não é que ele seja feliz, e sim que produza. Querem tirar das pessoas coisas que não são de sua natureza. A imposição de objetivos contribui para isso, e quando ele não é alcançado, o jovem é tratado como fracassado. É um assassinato cultural”, opina.

Por Victor Siqueira e  Verlane Estácio

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Clique no link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acessos a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais