Projeto alivia dor de crianças e adolescentes com Câncer

Anjo Linguarudo de Asa Quebrada Quer Voar” anima pacientes (Foto: Janaína Santos/Ascom SEED)

O amor e a dor atuando sintonizados em prol de dezenas de crianças e adolescentes da rede pública estadual que têm câncer. Há mais de 10 anos, a Secretaria de Estado da Educação (SEED) vem desenvolvendo no Hospital de Urgência de Sergipe – HUSE, o Projeto “Anjo Linguarudo de Asa Quebrada Quer Voar”; uma alusão ao fato das crianças que estão doentes e sentem vontade de brincar, de estudar e não poderem, por causa do tratamento a que estão sendo submetidas.      

“É um projeto que me deixa muito feliz como ser humano e também realizada profissionalmente”, assegura a professora Rosana Cláudia Tavares Matos. Pela manhã, ela leciona na Escola Estadual Professor Benedito Oliveira, localizada no conjunto Orlando Dantas, e à tarde, de segunda a sexta-feira, das 14 horas às 18 horas, a educadora da rede estadual de ensino está ao lado de dezenas de crianças e adolescentes no setor de Oncologia do HUSE.

“Eu adoro ensinar aos meus alunos da quarta série, mas confesso de coração que sou mais realizada com esses anjos que Deus colocou na minha vida”, afirma. Ao chegar à sala em que funciona o projeto, no segundo andar do maior hospital público de Sergipe, a equipe de reportagem da SEED é recebida com muito carinho pela professora Rosana. “Bem vindos ao pedacinho do céu”, ela costuma dizer bastante emocionada.

Voluntários

Ao entrar no recinto, notamos crianças e mães prestando atenção nas brincadeiras do senhor José Antenor Aguiar; um voluntário que há 9 anos frequenta os leitos do HUSE, levando carinho, amor e alegria aos doentes. Com ele estava a professora mineira Lucrécia Leite, uma contadora de histórias.

Em Belo Horizonte, sua terra natal, ela desenvolve um projeto que prepara professores contadores de histórias. Na sala do hospital, eles cantam, tocam instrumentos musicais e narram contos infantis: Rapunzel, Pinóquio, João e Maria, A Bela Adormecida, Os Três Porquinhos, Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, entre outros contos da literatura infantil.
O pequeno Caio, tem apenas 3 anos, e apesar da timidez confirmada pela mãe dele, Edileuza dos Santos Santana, alterna reações de risos a cada gesto ou palavras pronunciadas pelo voluntário Antenor, um dos integrantes do Grupo Prosarte. Antenor inclusive já lançou dois livros infantis e se prepara para colocar no mercado a terceira obra: Petálas – Coletâneas do Amor. “Faço esse trabalho voluntário com amor e dedicação. Cada vez que venho aqui, saio com a alma mais leve”, disse.

Solidariedade

O senhor Antenor é incansável em sua busca por confortar os que precisam de apoio. Aposentado, ele dedica exclusivamente todos os dias da semana a prestar solidariedade, carinho e amor aos mais necessitados.

“Provocar risos nestas pequenas criaturas de Deus não tem preço e tampouco como descrever. São momentos maravilhosos que passo com todos eles. Na verdade, sinto que é a minha missão para aliviar a dor e o sofrimento das crianças, adolescentes e das famílias”, garante.

Constantemente ele é convidado para proferir palestras em hospitais, universidades, congressos, bibliotecas, asilos e colégios. “Tenho filhos, netos e sei como é difícil para os pais, mas é preciso ter muita fé para vencer os desafios que a vida impõe”, afirma.

A professora Lucrécia Leite está em Aracaju desde o início desta semana. Na última sexta-feira, 29, ela participou do 5º Encontro de Contadores de Histórias, evento realizado na Biblioteca Pública Epifânio Dória, em Aracaju.

“Sou pedagoga e adoro trabalhar com crianças. Fico feliz em compartilhar momentos de alegria e felicidade com aqueles que precisam da nossa ajuda. O nosso trabalho consiste apenas em projetar amor, esperança e resignação nos corações dessas crianças, adolescentes e suas respectivas famílias”, disse a educadora mineira.

A professora Rosana Cláudia trata com carinho e atenção todas as crianças e as mães. “Trabalho com a sensibilização dos pais e dos pacientes. Eles são informados e convidados a participarem do nosso projeto. Ninguém é obrigado, mas ao chegarem aqui, todos ficam encantados com a metodologia pedagógica que usamos para não prejudicar a vida escolar das crianças que estão em tratamento”, afirmou.

Casada e mãe de Vitória, uma criança de 6 anos, a professora vivencia profundamente a dor e o sofrimento das mães e das crianças, que ela faz questão de chamar de “anjos”.

“Não é fácil administrar o meu lado de mãe, dona de casa e professora, mas faço isso com amor. Basta entrar nesta sala que esqueço todos os meus problemas, ou melhor, tenho certeza que eles são pequenos demais em comparação com os que estas pessoas estão passando aqui no hospital”, relatou.

Ela lembra que o projeto da SEED objetiva entre outras coisas, instigar a imaginação, fantasia e sonhos das crianças. “Tentamos minimizar as perdas escolares. Aqui, eles desenvolvem atividades sociais e de cunho emocional, procuramos de todas as formas criar um ambiente de fé, esperança e alegria”, assegura.

Esperança

Dona Edileuza dos Santos é natural de Malhador. Ela está acompanhando o filho Caio no HUSE. ”Meu filho tem leucemia, mas vem sendo bem tratado por médicos, enfermeiros e demais funcionários do hospital. Caio fica contado as horas para a chegada da professora Rosana. Ele adora ficar interagindo com os outros amiguinhos”, ressaltou. Tauan Santos de Jesus, 13 anos, ao contrário de Caio, é bastante comunicativo. “Sei que vou ficar bom e voltarei a brincar normalmente com os meus amigos”, afiança.

A professora da rede estadual de ensino trabalha o emocional das crianças e das mães, visando elevar a autoestima de todos. “Oferecemos atividades diversas como pintura, oficina teatral, jogos educativos, apresentação de vídeos e filmes infantis, além de auxiliá-los nos trabalhos pedagógicos para que não fiquem prejudicados em suas respectivas escolas”, disse.
Iranildes Maria da Cruz, mãe da pequena Emily Lorrana, 12 anos, diz que “apesar de todo sofrimento, eu e a minha filha ficamos felizes pelo carinho e amor que recebemos da professora Rosana e de todos os profissionais do HUSE”.

Nas terças-feiras, as crianças e adolescentes do projeto recebem a visita de integrantes do grupo Prosarte, enquanto que às sextas, são assistidos pelos “Anjos da Enfermagem”. Um projeto da totalmente financiado pela rede pública num hospital, também público, bancado pelo governo de Sergipe.

Fonte: Ascom/SEED

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