Coronel Marcos Gomes recepciona os promotores (Fotos: Portal Infonet) |
As instalações do Pronto-atendimento do Instituto de Previdência do Estado de Sergipe (Ipesaúde) e do Hospital da Polícia Militar (HPM) foram visitadas no final da manhã desta quinta-feira, 26, pelos promotores de saúde do Ministério Público Estadual (MPE), Euza Missano e Fábio Viegas e pelos representantes da Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese) e da Sociedade Médica de Sergipe.
Na ocasião, o novo diretor do HPM, coronel Marcos Gomes relatou algumas das irregularidades encontradas a exemplo da falta de profissionais [que vem ocasionando o desvio de funções], de reagentes para a realização de exames de urina e de leitos na Unidade de Tratamento In tensivo (UTI).
De acordo com o diretor do HPM, coronel Marcos Gomes, assim que assumiu o cargo há 16 dias, identificou várias irregularidades e resolveu convidar os representantes do Ministério Público para relatar a situação. “O laboratório não tem condições de se fazer um simples sumário de urina, a situação da UTI não é boa, há muito desvio de função e as escalas estão furadas”, lamenta.
Enfermagem
Responsável pela UTI relata deficiências |
A promotora Euza Missano quis saber qual a deficiência quanto ao número de profissionais de enfermagem. ”Estamos com apenas 18 enfermeiros, quando o quantitativo ideal para ativar todo o hospital seriam 48. O déficit é de 30 enfermeiros, mais 32 técnicos de enfermagem. Entre técnicos e auxiliares, o ideal seriam 107, mas estamos com 75”, responde a diretora de Enfermagem do HPM, Luciana Cardoso Alcântara lamentando que cinco profissionais estão deixando a unidade, entre eles, dois que são do Corpo de Bombeiros e foram convocados pelo Comando a retornar.
O responsável técnico da UTI, Luiz Flávio Prado relatou que na Unidade de Tratamento Intensivo não tem enfermeiros 24 horas e nem nutricionistas. “A situação da UTI não é boa. Para se ter uma idéia, o déficit de profissionais é de 90%. Eu sou cardiologista e estou em desvio de função”, destaca acrescentando que são cinco leitos na UTI, mas em funcionamento apenas três.
Luciana Cardoso: "Déficit na enfermagem" |
O chefe do Centro Cirúrgico, capitão Leonício, falou sobre a questão do custeio. “Antes o Estado repassava R$ 350 mil e hoje, só chegam de R$ 80 a R$ 100 mil, o que não paga a alimentação do hospital. Há um estrangulamento do hospital que precisa de uma média de R$ 400 mil para se manter”, explica acrescentando que o Ipesaúde compra os serviços.
MPE
Segundo a promotora Euza Missano, o objetivo do Ministério Público Estadual é ajudar. “Nós verificamos aqui duas enfermarias fechadas e um déficit alto de profissionais. Precisamos sentar à mesa para otimizar. No que a gente puder, vamos caminhar juntos. No próximo dia 9 de maio vamos ter uma audiência e eu preciso tomar conhecimento de quais são os problemas maiores. Alguma coisa precisa ser feita porque na época da dengue, isso aqui era um primor”, enfatiza a promotora Euza Missano.
A promotora falou sobre a necessidade de se observar a identidade real do Hospital da Polícia Militar. “Vocês estão com uma crise dessa identidade e o Ministério Público precisa saber a quem o hospital pertence, quem faz o gerenciamento e a gente quer que o Sr. apresente um levantamento na audiência do dia 9 de maio, da enfermagem, dos médicos, para a gente ter um controle e saber o que fazer”, orienta Drª Euza Missano.
Por Aldaci de Souza
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