Radioterapia: Secretário diz não poder viver de pressões

Coletiva na manhã desta quarta-feira, 16 (Fotos: Portal Infonet)

“Somos o único cobrado no processo, quando deveriam cobrar a todos e não só ao Estado. Eu peço que a imprensa e os grupos de pacientes da Oncologia a exemplo de Mulheres e Peitos e Mamas, cobrem também ao município, através do Hospital Cirurgia, que oferta serviços de radioterapia 2 D. Não podemos viver de pressões nem da angústia dos pacientes. Não me intimido porque tenho a plenitude das minhas ações".

A culpa à imprensa e aos pacientes pelas cobranças para que o tratamento de radioterapia para as pessoas acometidas pelo câncer em Sergipe, foi atribuída durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, 16 pelo secretário de Estado da Saúde, José Sobral, por conta das cobranças quanto à quebra constante da máquina de radioterapia no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).

Zezinho Sobral ouve argumentos de Sheila Galma

De acordo com ele, em Sergipe, existem dois entes responsáveis pela pactuação, pela norma, para a prestação de serviço de média e alta complexidade. “A responsabilidade pelo atendimento oncológico é do Estado de Sergipe e do município de Aracaju, ou seja, não é de exclusividade do Estado. Aracaju recebe o repasse anual do Ministério da Saúde no valor de 216 milhões de reais. Atribuem única e exclusivamente ao Estado, que ecebe 191 reais”, enfatiza.

O secretário lembrou que o aparelho de braquioterapia está funcionando. “Temos a braquioterapia, que as pessoas não têm falado sobre ela, mas serve também como função de rádio e está funcionando normalmente. Para as pessoas que não conhecem e não divulgam toda dinâmica, a braquioterapia antecede a radioterapia e a gente só descobre isso quando senta para dialogar e não transforma o tema nem numa bandeira política e nem numa bandeira ideológica, mas uma questão de resolutividade”, enfatiza acrescentando que técnico do Rio mde Janeiro já está em Aracaju para consertar o aparelho de radioterapia, com previsão de 15 dias e funcionamento 48h após o consertoe  que um novo acelerador linear será instalado no Huse em até 60 dias, devendo funcionar em 10 meses.

TFD

Pacientes com câncer participam da coletiva

A coletiva contou com a participação de pacientes do Grupo Mulheres de Peito que reivindicaram o Tratamento Fora do Domicílio (TFD), e o secretário manifestou vontade de auxiliar na ida das pacientes para a Santa Casa de Alagoas, ressaltando não poder viver à base de pressões.

“Hoje estamos aqui com esse grupo que se fez presente na imprensa a semana inteira e só duas, a Sheila e a Gilza estão com o tratamento efetivo e quatro com o diagnóstico médico para iniciar, vamos fazer a verificação, mas nós temos uma fila, temos uma relação de pessoas que vão para a Central de Regulação e que lá recebem a prioridade de quem deve iniciar o tratamento e quando. Quem define isso é o diagnóstico médico e nós temos que seguir a técnica. Não podemos viver à base de pressões ou de sentimentos e angústias de pacientes que precisam realmente do tratamento, mas temos que seguir o protocolo e fazermos com a radioterapia o mesmo que fizemos com a quimioterapia”, diz garantindo que já foram encaminhados 1.430 pacientes para fazer o TFD e que está mantendo contato com hospitais de outros estados para tentar o atendimento das pacientes de Sergipe.

"A doença não espera"

Sheila Galma: "Máquina quebra com frequência e o cãncer não espera"

Na ocasião, a integrante do Grupo Mulheres de Peito, Sheila Galva deixou claro que as pacientes já não aguentam a quebra no tratamento devido aos problemas na máquina de radioterapia. “Eu já marquei um médico na Santa Casa de Alagoas para o próximo dia 30, mas vou ter que passar dois meses sem a minha família, sem meu filho de apenas quatro anos, mas se não fizer isso, vou ficar sem vè-los para o resto da vida. Secretário, nós pagamos impostos aqui em Sergipe e queremos sim ser tratadas aqui. Eu não posso discutir com o cirurgia porque lá só faz o tratamento 2D e nós precisamos do tratamento 3 D, que só é feito no Huse. Eu não queria viajar, mas a máquina está quebrada há uma semana e a doença não espera. Das 35 sessões, eu só consegui fazer 10. O câncer mata mais do que acidente de moto e se formos esperar uma nova máquina para daqui há um ano, vamos morrer", alerta.

O secretário prometeu providenciar um transporte e uma profissional da Secretaria de Saúde para acompanhar a paciente. "Eu quero dizer que essa é uma decisão da Sheila, de fazer o tratamento em outro estado. Essa proposta de TFD quem construiu fui eu junto com vocês e não estou ao lado oposto de vocês, não me intimido porque estou fazendo o certo, tenho a plenitude das minhas ações e estou cumprindo da melhor forma possível. Se a Santa Casa aaceitar fazer esse tratamento, faremos emergencialmente sem nenhum problema", afirma completando que algumas clínicas não aceitam o tratamento já iniciado.

Remédios

Quanto à falta de medicamentos no Setor de Oncologia do Huse, Zezinho Sobral deixou claro que não é fabricante. “Nós víamos que 80% dos pacientes que remarcavam a radioterapia era porque o medicamento não chegou, faltava, mas hoje 80% é porque o paciente não apresenta condições clínicas de fazer o tratamento. A falta de medicação não acabou e não vai acabar nunca porque eu não fabrico e nem o município, quem fabrica é o laboratório”, diz.

Por Aldaci de Souza

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