Raiva: Médico ensina o que fazer se for mordido

Médico infectologista, Marco Aurélio Góes (Foto: SES)

Na Campanha de Vacinação Anti-Rábica para cães e gatos, o médico infectologista da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Marco Aurélio Góes, fala sobre a doença e orienta sobre os sintomas, cuidados e procedimento para quando a pessoa for mordida, arranhada ou lambida por um animal infectado. Durante a entrevista, o médico ressalta que a raiva é uma doença infecciosa letal e que a melhor forma de prevenção é manter os animais domésticos vacinados.

Marco Aurélio Góes também esclarece que, se a pessoa for agredida por um animal, deve procurar imediatamente um serviço de saúde e avaliação de um profissional. A Campanha de Vacinação Anti-Rábica teve início na segunda-feira, 9, e segue até o dia 18 de outubro, sexta-feira.

O que é a raiva e como se adquire a doença?
Marco Aurélio Góes – A raiva humana é uma das doenças infecciosas mais letais que pode acometer o homem. É uma doença viral transmitida somente por mamíferos que têm como hospedeiro, reservatório e transmissor, o animal infectado pelo vírus da raiva. A doença é transmitida aos humanos através da mordida, de um arranhão ou, até mesmo, da lambedura desse animal. No nosso meio, temos dois ciclos básicos de transmissão: o urbano e o silvestre.

O urbano tem como principais reservatórios os cães e os gatos. Já o silvestre, ocorre principalmente entre morcegos, macacos e raposas. A transmissão se dá quando o vírus da raiva existente na saliva do animal infectado penetra no organismo através da pele ou mucosas.

Quais são os principais sintomas da doença?
MAG – No início da doença, o paciente apresenta sinais com mal estar geral, pequeno aumento da temperatura corporal, falta de apetite e, em seguida, instalam-se alterações de sensibilidade, queimação, formigamento, dor no local do ferimento. Posteriormente, é apresentado o quadro de infecção e febre, evoluindo para medo de corrente de ar e de água, crise convulsiva, etc. O período entre o aparecimento do quadro clínico até o óbito varia entre cinco e sete dias.

A doença tem cura? Como pode ser feita a prevenção?
MAG – A raiva é uma doença muito grave e de alta letalidade. Quase 100% dos casos humanos vão a óbito. Poucos casos no mundo têm sido curados. Em 2005, foi publicado um caso de sobrevivente, submetido a um protocolo de tratamento, baseado no uso de antivirais, indução de coma e recuperação. Apesar do sucesso nesse caso, independentemente do ciclo, a raiva continua sendo uma doença muito perigosa.

É preciso fazer adequadamente a prevenção pelo esquema de pré ou pós-exposição. O esquema pré-exposição é a vacina aplicada em pessoas que são mais expostas ao risco da raiva, por exemplo, os veterinários. A pós-exposição é a vacina aplicada nas pessoas que foram atacadas por um animal.

A vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde. A principal forma de prevenção é o cuidado e tratamento anti-rábico das mordeduras e arranhaduras por animais com potencial de transmissão da raiva. Após receber uma mordida ou arranhão, a pessoa deve procurar o serviço de saúde para ser avaliado e receber o tratamento preventivo adequado.

Como e onde é feito o tratamento?
MAG – O caso de raiva humana só pode ser tratado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O hospital de referência para o tratamento da doença no Estado é o Hospital de Urgências de Sergipe (Huse). O tratamento das mordeduras e arranhaduras deve ser feito em todas as Unidades Básicas de Saúde, que podem encaminhar os pacientes para as unidades hospitalares, de acordo com a necessidade.

O que fazer quando for agredido por um animal, mesmo se ele estiver vacinado contra a raiva?
MAG – Lavar imediatamente o ferimento com água e sabão, procurar com urgência o serviço de saúde mais próximo, não matar o animal (cão e gato) e, sim, deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva. O animal deverá receber água e alimentação normalmente, em um local seguro, para que não possa fugir ou atacar outras pessoas ou animais.

O procedimento deve ser o mesmo quando um animal apresentar um comportamento diferente, mesmo que ele não tenha agredido ninguém. É preciso procurar sempre o serviço de saúde. Reforçando que, no caso de agressão por animais, manter o animal em observação, vacinar anualmente os animais contra a raiva, não deixar o animal solto na rua e usar coleira/guia no cão ao sair.

É fundamental informar às Secretarias de Saúde o comportamento anormal de animais, sejam eles agressores ou não, informar a existência de morcegos de qualquer espécie em horários e locais não habituais (voando baixo, durante o dia, caídos, etc), evite tocar em animais estranhos, feridos e doentes, não perturbar animais quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo. Evite também separar animais que estejam brigando.

Fonte: SES

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