Saiba como lidar com o novo normal e retomar a vida social

A pandemia da covid-19 mudou toda a organização da sociedade (Foto: Freepik)

A pandemia da covid-19 mudou toda a organização da sociedade. Coisas simples como estudar, trabalhar, conversar, confraternizar e até criar vínculos passaram a ser feitas de maneira diferente, com medidas de biossegurança e afastamento social. Mas aos poucos, tudo está voltando ao ‘normal’, ou melhor, ao ‘novo normal’. E no meio de tudo isso, esbarramos em um cenário no qual se adaptar a essa nova normalidade também se tornou um problema.

“Quando a gente fala de novo normal, a gente se refere à volta de algumas coisas, seja na área da educação, do trabalho e da arte, que é a volta dos shows e espetáculos. E esse normal acontece como uma dose de esperança de que os encontros possam voltar a acontecer e renova o sentido de coisas simples para muitas pessoas, assim como seus propósitos. Com a retomada do contato, as pessoas passaram a refletir e a ressignificar. As relações mudaram e se tornaram algo a ser valorizado”, explica o psicólogo Saulo Pereira.

De acordo com o psicólogo, a incerteza no dia de amanhã causou inúmeros problemas relacionados a saúde mental, como crise de ansiedade e depressão. “O estresse e o medo são característicos dessa nova organização social. Sem contar que o status on-line tem sido mais prioritário e o conforto do lar tem sido um refúgio muito mais interessante. As pessoas não veem mais sair de casa como algo essencial, uma vez que o consumo continuou, graças a possibilidade das compras on-line. Esse híbrido vai fazendo parte da vida das pessoas de alguma forma”, conta Saulo.

Agorafobia

Saulo explica que a busca por segurança é algo intuitivo do ser humano e que na possibilidade de mudanças, podem surgir patologias, a exemplo da Agorafobia, que nada mais é que o medo de sair de casa. “É importante pensarmos na Agorafobia como um transtorno de ansiedade, esse medo está atrelado ao que é desconhecido. O paciente com um quadro de Agorafobia deseja ficar apenas em casa, um cenário que é conhecido dela, pois ela tem medo do cenário desconhecido. Na maioria das vezes, eles possuem um quadro grave e é necessário buscar acompanhamento psiquiátrico”, ressalta o psicólogo.

O transtorno da Agorafobia e o quanto esse problema afeta a vida das pessoas têm sido retratado em alguns sucessos do cinema como “A Mulher na Janela” e a série “A Cozinheira de Castamar’.  “O novo normal deixa essas pessoas temorosas e achando que o mundo é perigoso. É importante que esses pacientes tenham o apoio da família e amigos, porque a tendência é que eles cortem os laços com as pessoas que vivem fora de sua casa. O tratamento dessas pessoas geralmente é realizado com medicamentos e acompanhamento psicológico”, afirma Saulo.

O que fazer para driblar esses problemas?

Saulo conta que essa nova rotina não é exclusiva de 2022 e que, na verdade, a ansiedade é uma reação do nosso corpo. Por isso, sobre a nova rotina de trabalho e estudo ele explica que é necessário se planejar.

“Planejar com flexibilidade é importante. Algumas coisas não tem como prevê, mas outras são importantes planejar para que a pessoa se sinta segura e saiba o que fazer. É importante que o planejamento, inicialmente, seja de curto período de tempo, como uma semana, por exemplo. Fazer uma lista com todas as tarefas a serem realizadas naquela semana. Outra medida importante para a redução dos níveis de ansiedade é a diminuição das expectativas, porque quando quebrada gera frustração”, orienta o psicólogo.

Para esse “novo normal”, Saulo explica que é importante ter tolerância e respeito na volta do contato.

Por Luana Maria e Verlane Estácio 

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