A Brigada Itinerante Estadual de Combate à Dengue chegou nesta segunda-feira, 5, em Salgado, um dos municípios sergipanos que apresentaram índice elevado de infestação para a dengue no última LIRAa, divulgado no mês de julho.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Fundação Estadual de Saúde (Funesa), já capacitou 100 agentes de saúde que atuarão como apoio aos municípios no enfrentamento ao mosquito causador da Dengue, Zica e Chikungunya.
De acordo com a analista educacional e referência técnica da Brigada Itinerante na Funesa, Valdeliria Carvalho Coelho de Mendonça, a Educação em Saúde é um diferencial importante nesse trabalho. “É de suma importância a capacitação deles para conhecerem o trabalho, como irão atuar, valorizar a questão da Educação em Saúde que é importante no combate às endemias. A Educação em Saúde é o diferencial no trabalho. Para a Funesa foi muito gratificante esse momento de alinhamento e nós contamos com eles para que façam um bom trabalho na prática.”
O supervisor Edvaldo Maciel destaca que a ação maior em campo é eliminação dos focos. “O campo realmente é diferente da teoria, então temos que ter um preparo maior. Os altos índices de infestação acontecem, muitas vezes, por falta de informação, por isso esta brigada está vindo para reforçar o trabalho dos municípios nessa questão da informação para tentar baixar esse alto índice. O que predomina aqui em Salgado é a questão das lavanderias, 90% delas estão com larvas de mosquito da dengue”, disse Maciel.
Aedes aegypti, um mosquito inteligente
O mosquito da dengue, apesar de parecido com a muriçoca ou pernilongo, tem suas particularidades. Enquanto a muriçoca desova cerca de 300 ovos de uma só vez na água, a fêmea do Aedes aegypti distribui seus ovos por lugares diferentes.
“A fêmea do Aedes é diferente e mais esperta, quando aparece numa lavanderia não desova apenas na água, ela coloca uma parte dos ovos na parede, procura outro criadouro e deposita outra parte, e vai espalhando sua desova para que o predador não consuma todos os seus ovos”, contou Edvaldo.
Originalmente brancos, os ovos depositados na parede, em 1 ou 2 horas, assumem a cor do local numa camuflagem perfeita, dificultando serem vistos. “O morador não consegue ver, além de se camuflar, são minúsculos e para destruí-los só com a parte mecânica, esfregando com força o local com bucha e com água sanitária”, explicou o supervisor.
Esses ovos podem ficar na parede durante dois anos e, quando em contato com a água, nascerem perfeitos. “Há muita falta de conhecimento, nós temos que mostrar que os ovos podem ficar ali por muito tempo, os ovos ficam só esperando o contato com a água para eclodir perfeitamente”, reforçou Maciel.
Outra questão importante é o acúmulo de lixo nos quintais. “É muito importante também a questão do lixo urbano como copos descartáveis, caixinha de ovo, que estão juntando no fundo doo quintais, transformando-se em criadouro para a larva do mosquito. Nós mostramos a situação, a parte educativa, mostramos como se limpa, e o último recurso é o tratamento químico. Se pudermos informar às pessoas como eliminar o mosquito sem tratamento químico, a gente informa, no caso aqui de Salgado precisaremos usar o tratamento químico porque já existe a larva do mosquito presente nas residências. Então, a gente trata e ensina o que fazer para esse índice não aumentar e acreditamos que, com essa nossa visita, a tendência é baixar”, concluiu o supervisor.
Fonte: ascom SES
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