Saúde promove capacitação sobre Leishmaniose Visceral

(Foto: Ascom SES)

Médicos da Atenção Básica dos 25 municípios com maior incidência de Leishmaniose Visceral participaram de uma atualização em diagnóstico clínico da doença. O objetivo da capacitação promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) foi sensibilizar os profissionais para a importância do diagnóstico precoce da doença, que está espalhada e é crescente por todo o território sergipano.

A Leishmaniose Visceral ou Calazar é causada por um protozoário transmitido pelo Flebotomíneos (Mosquito Palha ou Birigui), que tem como um dos principais hospedeiros o cão doméstico. No homem, quanto mais cedo for diagnosticada a doença, maiores serão as chances de cura. No cão não há indicação de tratamento, pois não há comprovação cientifica de cura.

Os sintomas nos seres humanos são: febre, emagrecimento, aumento do tamanho do baço e do fígado, palidez, fraqueza, edemas, icterícia (cor amarelada da pele e dos olhos), eventos de hemorragia, quadros infecciosos e tosse.

De acordo com o médico infectologista da SES, Marco Aurélio Góes, o foco da capacitação foi o diagnóstico clínico da doença e o seu tratamento. Além disso, foi abordado o reconhecimento das formas graves, nas quais há necessidade de tratamento hospitalar, e daquelas formas que podem ser assistidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

“Procuramos sensibilizar os profissionais que quanto mais cedo for o diagnóstico, maior é a chance de cura, inclusive evitando a internações hospitalares. O tratamento e os medicamentos são disponibilizados pelo SUS, mesmo para as pessoas que são assistidas na rede privada”, disse Marco Aurélio Góes.

O médico da Atenção Básica de Japaratuba, Kennedy Nascimento Santos, aprovou a iniciativa da SES. “Essa é uma capacitação prática, objetiva e sucinta. Possibilitará a nós profissionais ficarmos mais atentos ao diagnóstico e abordagem da doença, fazer uma melhor investigação dos casos e trabalhar a prevenção com a população”, afirmou o médico.

Controle da doença

Segundo a coordenadora do Núcleo Estadual de Endemias, Sidney Sá, a execução do programa de controle e eliminação da Leishmaniose Visceral é de responsabilidade dos municípios. Eles contam o apoio técnico da SES e do Ministério da Saúde com o fornecimento de insumos estratégicos como inseticidas e medicamento para o tratamento humano.

“Para fazer o controle da doença, é necessário que as Secretarias Municipais de Saúde façam a investigação dos casos, inclusive nos animais, o controle do vetor através do uso de inseticida em áreas infestadas pelo mosquito transmissor, ações voltadas para educação em saúde da população. Ainda é preciso que haja o manejo ambiental. O proprietário do cão que desejar fazer exame sorológico para diagnóstico da Leishmaniose Visceral deve procurar um Centro de Zoonoses do seu município, caso esse possua, ou a Secretaria Municipal de Saúde para solicitar o exame”, disse Sidney Sá.

“Os exames são realizados, primeiro, nos municípios com o uso de um Teste Rápido para fazer uma triagem dos animais suspeitos. O sangue dos animais que deram resultado positivo e 10% dos negativos são enviados para o Lacen, da SES, para confirmação ou não do caso. Em caso de positivo, o animal deve ser submetido a eutanásia. Embora exista, na ciência, várias pesquisas, em cima do tratamento dos animais positivos, seguimos  protocolo do Ministério da Saúde que recomenda a retirada dele do meio ambiente”, explicou Sidney Sá.

A médica veterinária da SES, Monique Santana, explica que a eutanásia é realizada nos animais que estiverem comprovados laboratorialmente a infecção pela Leishmaniose Visceral. “A eutanásia é feita com anestesia geral para o animal não sentir dor. Após ser anestesiado, é aplicada a substância que causará a morte. Essa é uma forma ética e digna de levar o animal a óbito e proteger a saúde da população”, explicou a técnica da SES.

Leishmaniose em números

Neste ano já foram notificados, em Sergipe, 44 casos Leishmaniose Visceral, 28 confirmados, 24 curados e três foram a óbitos. No ano passado foram 76 notificações, 66 confirmações, 57 pessoas foram curadas e nove óbitos.

Entre 2011 e 2015 foram 385 notificações, 256 confirmações, 214 pessoas curadas e 29 óbitos. As faixas etárias com maior incidência da doença são os adultos entre 20 e 39 anos, seguido das pessoas com idade entre 40 e 59 anos e, por último, vem as crianças de 0 a 4 anos.

Os 25 municípios com maior incidência da doença são: Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Boquim, Canindé do Francisco, Divina Pastora, Estância, Gararu, Indiaroba, Itabaiana, Itabaianinha, Itaporanga D’Ajuda, Japaratuba, Lagarto, Laranjeiras, Neópolis, Nossa Senhora do Socorro, Pacatuba, Porto da Folha, Propriá, Santa Luzia Itanhy, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão, Simão Dias e Tobias Barreto.

Fonte: Ascom SES

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