Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil vive uma epidemia de sífilis. De acordo com o Boletim Epidemiológico da doença, publicado pela pasta em novembro do ano passado, há aumento no número de casos dessa enfermidade em todo o país. Em comparação a 2016, houve crescimento de 28,5% na taxa de detecção de sífilis em gestantes, 16,4% na incidência de sífilis congênita (que passa da mãe para o bebê) e 31,8% na incidência de sífilis adquirida. Aqui em Sergipe o reflexo é o mesmo. Para a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o dado mais preocupante é o aumento constante da incidência de sífiles em mulheres grávidas. A pasta registra aproximadamente 300 casos por ano no Estado.
O médico gerente do Programa DST/AIDS da SES, Almir Santana, informa que desde 2016 o aumento do número de casos é constante. “É bom salientar que há também um grande número de testes de sífiles sendo feito. No entanto, a quantidade de casos que estamos registrando é preocupante”, diz. Almir acredita há dois fatores responsáveis por estes aumentos. “As pessoas que têm uma vida sexual ativa precisam fazer uso da camisinha. E as mulheres gestantes necessitam também usar preservativo durante as relações sexuais na gravidez”, alerta.
Almir detalha que um erro muito comum de algumas grávidas é deixar para começar o pré-natal tardiamente. “Assim que a mulher descobre que está grávida é preciso que se comece imediatamente o acompanhamento por uma equipe médica. E muita gente acha que o pré-natal é somente a mãe e o bebê. Há um equívoco. O companheiro deve fazer parte desse processo”, avalia. Segundo o médico, mesmo que se descubra que a gestante tem sífiles, o diagnóstico precoce pode evitar inúmeros problemas para a criança. “A sífiles pode acarretar inúmeros danos ao bebê, como a cegueira, por exemplo. Contudo, uma vez a mãe diagnosticada precocemente, sequelas como esta pode ser evitada”, resume.
A doença
A sífiles é causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum. Segundo o médico, ela apresenta três estágios iniciais que merecem extrema atenção. “A sífilis no estágio primário apresenta uma pequena lesão avermelhada nos órgãos genitais. Além de indolor, ela desaparece depois de algum tempo”, afirma. Por isso a sífiles é conhecida, segundo Almir, como uma “doença silenciosa”. “Muitas pessoas acham que é uma alergia ou vermelhidão comum”, alerta. “Depois dessa fase primária, vem o segundo estágio. Nesse contexto, a doença provoca feridas por toda a pela e até queda de cabelo”, informa.
Em casos ainda mais graves, quando ela atinge o estágio terciário, Almir destaca que ela pode causar danos ao coração e lesões ao sistema nervoso central.
Diagnóstico
Como já ressaltou Almir, quando mais rápido o diagnóstico melhor será o tratamento e menos danos ela causará. O médico orienta as pessoas que têm uma vida sexual ativa a procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para realizar o teste. “O disgnóstico pode ser feito em apenas 20 minutos num posto de saúde. É feito uma pulsão no dedo e, com isso, uma amostra do sangue é analisada. O teste é rápido”, destaca.
por João Paulo Schneider
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