Secretário responsabiliza municípios por superlotação no Huse

Secretário da Saúde, Valberto Oliveira, prestando contas na Alese do 1º quadrimestre de 2019 (Foto: Portal Infonet)

O secretário de Estado da Saúde, Valberto Oliveira, esteve na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) nas Salas das Comissões na manhã desta quarta-feira, 2, para fazer a prestação de contas dos primeiros quatro meses de 2019. Dentre pontos destacados, o secretário apontou a falência da assistência básica municipais como sendo a principal causa da superlotação do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).

De acordo com o secretário, o Huse é o único hospital de urgência de estado e custa mensalmente aos cofres públicos R$ 36 milhões. A projeção de gastos da SES para 2019 na unidade de saúde é de mais de R$ 433 milhões.

“O Huse é o nosso grande e único hospital de urgência, não só detém o corpo de RH mais complexo do Estado, com médicos, especialistas e uma retaguarda imensa para dar assistência, e tem um parque tecnológico único, então é natural que as pessoas procurem espontaneamente o Huse, mas a sobrecarga do Huse não é nada a mais, nada a menos, do que a falência da atenção básica. E a gente vai repetir isso sempre, por mais que os prefeitos contestem. É a falência da atenção básica, e muitas pessoas que vem para Huse é por encaminhamento equivocado”, afirma o secretário.

O gestor também falou sobre as denúncias apontadas pelos deputados estaduais quanto ao Huse e a saúde pública, e pediu que os parlamentares, ao visitar as unidades de saúde, solicitem o acompanhamento de técnicos que passarão informações reais.

“É preciso que os senhores deputados quando forem ao Huse estejam acompanhados de uma pessoa que entenda, e não se deter apenas a alguns detalhes que sempre vão acontecer. Uma visita técnica, bem acompanhada, por uma pessoa que queira passar informação despretensiosa é necessária que aconteça, vai mostrar o Huse real, o que acontece realmente lá dentro. Existem coisas muitas boas, e não posso perder esse critério para absorver os menores, se bem que os critérios menores devem ser resolvidos, mas nosso objetivo aqui é prestar a melhor assistência médica possível a população e é isso que o Huse faz”, garante.

Nova doença

Ainda sobre os problemas da saúde, o gestor da saúde falou sobre a apreensão da secretária em relação a nova doença que já acometeu 150 pessoas em Aracaju e já vitimou duas pessoas no estado, divulgada esta semana. A nova doença é semelhante à leishmaniose visceral, porém ainda mais grave e resistente ao tratamento.

“Nós estamos sendo subsidiados pelos profissionais que até agora não encontraram a sua resposta, mas nós estamos em contato permanente com a equipe da Universidade porque é de lá que este saber tem que chegar. Os últimos resultados foram desanimadores, um parasita que não foi nem classificado ainda, resistente a única medicação que temos disponível para o caso, imagine quanto é desesperador para uma secretária está diante de um caso desse. Estamos esperando os últimos resultados para saber de que forma vamos abordar e se posicionar com essa campanha”, diz Valberto.

Por Karla Pinheiro

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