Sem solução: caso de renais deve ser levado à Justiça

Audiência foi realizada no MP-SE (Fotos: Arquivo Portal Infonet)

Nessa quinta-feira, 28, a responsabilidade por manter hospitais de referência para atendimentos de pacientes renais foi debatida mais uma vez no Ministério Público Estadual (MP-SE). O Portal Infonet vem acompanhando o caso. Sem avanço, o promotor Nilzir Soares diz que, após análise, o caso deve ser levado à Justiça. Pacientes transplantados reclamam da situação que não se resolve. Participaram da audiência representantes do Município de Aracaju, da Secretaria Estadual de Saúde, da Fundação Hospitalar de Saúde, das clínicas e hospitais contratados e dos pacientes renais.

De acordo com o promotor de Justiça, Nilzir Soares, ainda não há como responsabilizar nenhuma das partes, mas é o Município de Aracaju o responsável por habilitar as clínicas pela internação de intercorrências relacionaddas ao tratamento renal. "Vamos analisar os dados e os documentos, mas podemos atribuir uma responsabilidade ao município, porque é ele que precisa promover esses tratamentos nos hospitais de retaguarda”, diz. Ainda segundo o promotor, após a análise, o MP deve decidir por uma ação judicial. “Podemos decidir entre uma recomendação ou uma ação judicial. Mas é mais provável que o caso seja judicializado, porque já fizemos várias reuniões e o caso ainda não foi resolvido. Não vejo má vontade, mas muitas dificuldades”, explica.

Paciente renal: "Estamos vivendo uma aventura até que se decida de quem é a responsabilidade"

Médico nefrologista diz que obituários devem aumentar

O paciente renal e representante dos transplantados, Lúcio Alves, 48, diz que os gestores precisam se responsabilizar pelo caso, porque a situação de saúde dos pacientes renais é delicada. “Estamos vivendo uma aventura até que se decida de quem é a responsabilidade pelos hospitais de retaguarda. Todos os contratos parecem ter problemas que nunca são resolvidos".

"A responsabilidade é jogada para a clínicas, que, por sua vez, jogam para o Estado e o município. Enquanto isso, os pacientes renais é quem sofrem porque nossa situação é extremamente delicada", reclama Alves.

O médico nefrologista, Manoel Pacheco, especializado no caso há cerca de 20 anos, também esteve presente na audiência e disse que a morte dos pacientes deve aumentar se não houver assistência adequada. "Apesar de funcionário público, estou aqui como médico e cidadão para mostrar como a situação é grave e eu não vejo solução imadiata", diz. "Se não houver uma estrutura adequada, o obituário desses pacientes é muito maior", ressalta.

Responsabilidade

Iza Prado alega que Huse está sobrecarregado

Durante a audiência, o Município de Aracaju alegou que os hospitais de retaguarda, como os hospitais Cirurgia e o São José, se comprometeram com o Ministério da Saúde e com o próprio município a receber os pacientes crônicos. Já o Hospital Cirurgia alegou que o contrato firmado com o município não previa o atendimento de urgência e que esses casos eram encaminhados para o Hospital de Urgência de Sergipe.

A representante da Fundação Hospitalar de Saúde, Iza Prado, alegou que a unidade está sobrecarregada. “Existe uma preocupação quanto ao Huse, porque ele abarca todos os pacientes sem mesmo ter recursos e estrutura suficientes para atender a demanda”, alega.

Por Jéssica França

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