Sergipe gasta apenas R$ 1,20 com saúde por habitante

O presidente do Conselho Federal de Medicina de Pernambuco, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima (Fotos: Portal Infonet)

O presidente do Conselho Federal de Medicina de Pernambuco, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, conversou com a equipe do Portal Infonet sobre o problema crônico da saúde no Brasil. Conferencista no XVI Conclave da Federação Brasileira de Academias de Medicina (FBAM), Vital Tavares destaca que no país é preciso ter mais financiamento na saúde.

“Nós precisamos de uma saúde mais qualificada de mais financiamento, de mais competência, de inciativa nas gestões e um eficaz sistema de controle e avaliação. São três pilares de uma boa atenção a saúde. Além disso, como exercício de cidadania estarmos unidos na luta contra a alarmante escalada contra a corrupção”, ressalta Vital que apresenta dados que mostram as consequências do baixo investimento.

“1,20 de reais é o que o governo estadual gasta. Você tem um investimento tripartite entre União, estados e municípios. A média nacional desse conjunto tripartite é de R$ 3,89 então você tem naturalmente uma média muito baixa. Em alguns estados e municípios os investimentos são muito mais baixos do que a média nacional, o que deixa antever todas as consequências que na ponta, aqueles 150 milhões de brasileiros que dependem somente do SUS sofrem no dia a dia. São mortes evitáveis, ou seja, vivemos hoje um quadro de mistanásia, a morte de milhares de pessoas por falta de responsabilidade da gestão pública”, aponta.

Votal aponta o caos na saúde do Brasil

Vital também salienta os prejuízos enfrentados pela classe médica. “Em termos de honorários, as tabelas do SUS estão totalmente defasadas com perdas imensas ao longo dos últimos sete anos. Se paga muito pouco por procedimento cirúrgico. Além disso, os médicos sofrem com a falta de condições de trabalho. Faltam insumos, medicamentos, leitos para internação. Falta tudo ou quase tudo “.

Médicos estrangeiros

Ao falar sobre a contratação de médicos estrangeiros, Vital enfatiza a preocupação das gestões com a quantidade e não com qualidade. “A preocupação das últimas gestões governamentais tem sido somente quantidade. Não se fala e não se pensa em qualidade. Trazem mais médicos para o país sem revalidação de diploma com aponte para o exterior de verbas que são necessárias para o Brasil, trazendo inclusive profissionais que não estão avaliados e não se sabe das suas competências. Quando existe no Brasil um número de médicos suficientes para uma boa distribuição”, observa.

Ele destacou ainda o baixo investimento na saúde do país

Escolas de medicina

O presidente do Conselho Federal de Medicina criticou a abertura de novas escolas de medicina no Brasil. “Nós já temos hoje um número temerário e absurdo de escolas de medicina, com um número de vagas incompatível com a nossa população. A demanda populacional já está muito satisfeita em termos da saúde com o número de médico que temos. Nós últimos cinco anos, foram autorizadas 90 escolas. Muitas dessas escolas sem docência e sem decência. Em dois séculos, de 1808 a 1994 foram autorizadas apenas 82 escolas. Em cinco anos foram autorizadas mais escolas do que em dois séculos”.

    
Por Kátia Susanna

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