Sergipe registra 368 internações por envenenamento

Os dados têm como base registros do Sistema Único de Saúde (SUS) relacionados a intoxicações acidentais ou intencionais por exposição a substâncias nocivas, que exigiram atendimento emergencial e hospitalização.

Sergipe registra 368 internações por envenenamento em 10 anos (Foto: Educa Mais Brasil)

Sergipe contabilizou 368 internações por envenenamento entre os anos de 2015 e 2024, segundo levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede). Os dados têm como base registros do Sistema Único de Saúde (SUS) relacionados a intoxicações acidentais ou intencionais por exposição a substâncias nocivas, que exigiram atendimento emergencial e hospitalização.

Embora o número seja inferior ao de estados mais populosos, Sergipe aparece entre os estados com menor volume de casos — à frente apenas de Alagoas (211), Acre (67), Amapá (41) e Roraima (7). Ainda assim, os números chamam atenção por representarem, em média, quase 37 casos por ano ou 3 atendimentos mensais em prontos-socorros públicos sergipanos.

A série histórica indica queda nas ocorrências entre 2015 e 2021, mas mostra um crescimento expressivo nos anos de 2023 (42 casos) e 2024 (47), que correspondem ao maior volume registrado desde 2017 no estado.

Panorama Nacional 

No Brasil, o levantamento aponta 45.511 internações por envenenamento nos últimos dez anos. Isso representa uma média de 4.551 casos anuais, cerca de 379 por mês — ou uma pessoa atendida a cada duas horas nos prontos-socorros do país por ingestão de substâncias tóxicas ou nocivas.

O estudo integra as ações que marcam os dez anos de reconhecimento da medicina de emergência como especialidade médica no Brasil e ressalta o papel estratégico dos emergencistas, especialmente em ocorrências críticas como essas, onde o tempo de resposta pode ser determinante para salvar vidas.

Causas e desafios 

Além de envenenamentos acidentais ou de causa indeterminada, o levantamento identificou 3.461 internações por intoxicação proposital causada por terceiros, um dado alarmante que evidencia o uso de substâncias tóxicas como ferramenta de violência, muitas vezes em contextos íntimos e familiares.

De acordo com a diretora da Abramede, Camila Lunardi, a falta de regulamentação, a facilidade de acesso a produtos tóxicos e a impunidade tornam o envenenamento uma “arma silenciosa”. Ela alerta para a necessidade de ampliar a vigilância, a fiscalização e a qualificação de profissionais de saúde para atuar com rapidez nesses casos.

Entre as substâncias mais citadas nos episódios acidentais estão analgésicos e medicamentos para dor e febre (2.225 casos), seguidos por pesticidas (1.830), álcool (1.954) e sedativos e hipnóticos (1.941). Substâncias químicas não especificadas lideram em volume total.

Distribuição regional

A Região Sudeste concentrou quase metade dos casos (mais de 19 mil), com destaque para São Paulo (10.161) e Minas Gerais (6.154). Em seguida vêm as regiões Sul (9.630 casos), Nordeste (7.080), Centro-Oeste (5.161) e Norte (3.980). No Nordeste, os estados com mais casos foram Bahia (2.274), Pernambuco (949) e Ceará (903).

No caso das intoxicações propositalmente causadas por terceiros, Sergipe registrou 8 internações em uma década, número que, embora baixo, reforça a necessidade de atenção a esse tipo específico de violência química.

por João Paulo Schneider 

Com informações da Abramede

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