Faixa etária de 30 a 39 anos ainda é a mais atingida (Foto: SES) |
Segundo dados do Programa Estadual de IST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (SES), desde 1981 (quando foi diagnosticado o primeiro caso da doença no Estado) até agora, Sergipe tem 4.943 notificações de Aids e 1.399 óbitos. Aracaju é a cidade que mais lidera o número de registros: são 2.243 casos (2.203 adultos e 40 crianças). Já os demais municípios que entram nas estatísticas de casos notificados estão Nossa Senhora do Socorro (473), Itabaiana (235), Estância (195) e Lagarto (149).
Segundo o médico sanitarista Almir Santana, gerente do Programa Estadual, a negação pelo uso do preservativo ainda é o maior fator de risco.
“Quanto mais cedo detectar a doença, mais rápido pode iniciar o tratamento e ter uma vida sem complicações. Em todo o mundo, a forma de transmissão entre os maiores de 13 anos de idade ainda é a sexual sem a camisinha. Em Sergipe, a faixa etária mais atingida é de 30 a 39 anos, sendo, na sua maioria, mulheres casadas”, explica Almir Santana.
Para o médico, muitas pessoas podem ter a doença e não sabem por conta do receio de fazer o teste rápido. “O teste rápido é realizado por profissionais e é sigiloso. Caso o resultado dê positivo, a pessoa imediatamente encaminhada a uma Unidade Básica de Saúde ou um centro de referência para iniciar o tratamento. Com muito cuidado e acompanhamento correto, é possível ter uma vida tranquila. É preciso quebrar esses tabus”, destaca.
Avanços
A Secretaria de Estado da Saúde vem realizando um grande trabalho de prevenção, informação sobre a Aids em todo o território sergipano. Dentre os avanços estão a redução da mortalidade pela Aids, fácil acesso aos preservativos, acesso gratuito aos medicamentos antirretrovirais, testes rápidos em todos os municípios de Sergipe, campanhas de prevenção criativas e específicas, ações de solidariedade dirigida às crianças soropositivas e expostas, descentralização de recursos financeiros para 19 municípios de Sergipe, apoio e repasse de materiais educativos para os municípios, capacitação de profissionais de saúde e educação, e muito mais.
Graças ao Programa Estadual DST/Aids da SES, os testes rápidos de HIV, antes vistos como um tabu, hoje chegam a todos os municípios de Sergipe através da Unidade Móvel “Fique Sabendo”, ganhando a total aceitação das pessoas. Trata-se de um veículo adaptado com sala de coleta, sala de aconselhamento, sala de resultados.
Experiência pioneira em Sergipe, a Unidade Móvel “Fique Sabendo” iniciou as atividades em 2012 e já esteve até fora do Estado, atuando na Copa do Mundo de 2014, em Salvador, com grande sucesso e reconhecimento da Unaids – órgão da ONU ligado à Aids. Recentemente, a Unidade também participou das atividades do revezamento da Tocha Olímpica em Sergipe.
Além disso, Sergipe conta com sete Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) em Sergipe, além do Centro de Especialidades Médicas, em Aracaju, que é referência no atendimento e na dispensação da medicação.
“A SES dá assistência às pessoas com HIV/Aids no internadas no HUSE, às gestantes soropositivas atendidas na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, além de ações de Vigilância Epidemiológica, ampliação da oferta dos testes rápidos através de mobilizações junto às populações mais vulneráveis”, complementa Almir Santana.
Eventos
O Programa Estadual de IST/Aids vai onde o povo está e além fronteiras. Neste último fim de semana, os profissionais sergipanos participaram da primeira ação do Projeto de Prevenção nas regiões de Divisas com o Estado de Sergipe, na cidade alagoana de Penedo. Evento contou com apoio da prefeitura.
Foram realizadas quatro atividades: Oficina de Prevenção para profissionais de Saúde; Oficina sobre o teste rápido utilizando o Telelab; Intervenção preventiva com oferta dos testes rápidos em uma área de prostituição com o apoio de lideranças da comunidade; Oferta dos testes rápidos de Sífilis, HIV e Hepatites B e C, através da Unidade Móvel Fique Sabendo na Feira de Penedo.
Os resultados da oferta dos testes mostraram a importância de levar os exames para as populações vulneráveis: das 160 pessoas atendidas na unidade móvel, 2 deram reagentes para Sífilis e nenhum reagente para HIV e Hepatites. De 8 profissionais do sexo do principal prostíbulo da região, 7 deram reagentes para Sífilis.
“Precisamos cada vez mais levar as ações para áreas de prostituição com a participação dos próprios agentes comunitários de saúde e enfermeiros. Também é importante priorizar a oferta do preservativo feminino e orientar sobre a vacinação contra hepatite B e tétano,e encaminhamento para exames ginecológicos. Foi uma grande experiência para todos. A próxima ação será na divisa com a Bahia”, enalteceu Almir Santana.
O Programa também participou da Parada LGBT do município de Estância levando o Camisildo e disponibilizando preservativos masculino e feminino, gel lubrificante e folhetos informativos.
“Foi um momento estratégico para as populações mais vulneráveis, como é o caso de homens que fazem sexo com homens. A parada LGBT atrai essa população e a sociedade em geral. Há uma preocupação porque muitos homossexuais não estão querendo usar camisinha alegando que conhece o parceiro. Conhecer o parceiro não é forma de prevenção, pois a sexualidade de cada um só a própria pessoa conhece. Isso vale também para heterossexuais, pelo alto índice de mulheres casadas com a doença”, destacou Almir Santana.
Outro evento que o Camisildo esteve presente foi na Vaquejada de Porto da Folha. No local, a Prefeitura Municipal promoveu um mini bloco com a presença dos agentes comunitários de saúde que ficaram distribuíram material educativo pelas ruas da cidade.
“Foi uma ideia bastante criativa porque o Camisildo chama atenção das pessoas de forma bem humorada. Foi esse o objetivo da criação do Camisildo: atrair as pessoas para a prevenção durante uma festa popular”, ressaltou.
Fonte: SES
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