Servidores da Saúde paralisam atividades e fazem atos

Trabalhadores saíram do Huse em caminhada até a N. Srª de Lourdes (Fotos: Portal Infonet)

Servidores da Saúde paralisaram as atividades nesta terça-feira, 6, reivindicando o Plano de Cargos Carreira e Vencimentos (PCCV), materiais básicos e melhores condições de trabalho. Em um movimento unificado, eles realizaram um ato na porta do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) e de lá saíram em caminhada pela av. Tancredo Neves, parando na porta da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, aonde aconteceu mais uma manifestação.

O presidente do Sindicato 192, Arnaldo Júnior não tem condições de contribuir com a qualidade da assistência a população, sem conquistar a valorização dos trabalhadores.

“O Samu nada mais é do que reflete em todas a área da saúde, falta condições de trabalho, materiais básicos, segurança e acima de tudo, respeito para com o profissional e o com o cidadão pelo governo que está aí, principalmente as fundações.  Não tem como a gente culminar com uma melhoria da qualidade de assistência pra o cidadãos sem antes passar pela valorização profissional”, entende.

Ato na porta da maternidade

Arnaldo Júnior ressaltou que o Governo do Estado prometeu um Plano de Cargos que está garantido na Constituição através da Lei do SUS [Sistema Único de Saúde]. “Nós não temos hoje esse Plano, as negociações estão muito demoradas. A gente precisa que isso ande, pois o remédio e a comida não esperam, nós temos as nossas necessidades, as famílias para dar assistência. Todos os dias temos uma situação de quase impotência perante a angústia dos cidadãos, que estão morrendo por falta de assistência básica”, lamenta.

O sindicalista disse ainda que os profissionais podem paralisar as atividades por tempo indeterminado. “Vamos aguardar que o Governo se pronuncie. É uma paralisação de advertência e se ele não se manifestar, mais na frente poderemos estar disparando uma greve. O Samu praticamente vive em greve, nós temos mais carros quebrados em oficinas, do que à disposição da sociedade, mas o Governo continua recebendo os recursos do Ministério da Saúde”, alfineta Arnaldo Júnior.

PCCV

Arnaldo Jr, do Sindicato 192 Augusto Couto, presidente do Sintasa

O presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde em Sergipe (Sintasa), Augusto Couto explicou que os trabalhadores reivindicam o Plano de Cargos Carreira e Vencimento (PCCV) há muito tempo.

“Desde janeiro do ano passado que estamos nesta luta. Abriram as portas da Seplag [Secretaria de Planejamento e Gestão], entramos, discutimos o projeto, mas o Governo ainda não enviou à Assembleia Legislativa para ser votado. Paralisamos as atividades hoje e podemos sim entrar em greve. Ainda não iniciamos uma greve em respeito a população”, enfatiza acrescentando que a paralisação atinge as regionais de saúde em vários municípios.

Quanto ao Plano de Emprego e Remuneração, a proposta para os celetistas foi apresentada, aprovada pelas categorias e sistematizada pela comissão responsável. Inclusive, há reunião marcada para aprovação final do regulamento. Esse plano será retroativo a setembro de 2012, conforme pactuado.

SES

Em nota, a assessoria de Comunicação Social da Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou:

"Quanto aos estatutários, a proposta está em fase avançada de elaboração. Temos trabalhado no sentido de construir uma proposta que contemple as reinvindicações dos trabalhadores e a capacidade financeira do Estado, além de respeitar os marcos legais", explica Marcelo Vieira, diretor administrativo financeiro da Secretaria de Estado da Saúde.

"Respeitamos a movimentação dos trabalhadores, porém estamos trabalhando no sentido de resolver as diferenças de posicionamento que existem. As negociações têm acontecido com grande frequência. Só precisamos encontrar uma equação que seja bom para ambas as partes", conclui o diretor.

 Por Aldaci de Souza

* A matéria foi atualizada às 13:02 para acréscimo da nota da SES.