Servidores do Cirurgia mantêm greve e fazem protesto

Manifestantes ocuparam calçada do Hospital Cirurgia (Fotos: Portal Infonet)

No segundo dia em que cruzam os braços os profissionais da área administrativa, técnicos de enfermagem, do setor ambulatorial e de serviços gerais do Hospital Cirurgia, a expectativa pelo pagamento do 13º salário e do salário referente ao mês de dezembro aumenta. De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde do Estado de Sergipe (Sintasa), João Wadson Santos, há um ano ocorrem atrasos referentes aos pagamentos de salários.

“Com o não pagamento desses valores e do proporcional de férias, a situação desses servidores agravou. Constatamos também irregularidades em valores referentes ao INSS e ao FGTS, desencadeadas há mais de um ano”, ressaltou o diretor, que garante a atuação de 30% dos servidores do hospital para serviços de saúde classificados como prioritários.

Prejuízos  

João Wadson alega também más condições de trabalho e indefinições quanto a convenção coletiva

No setor de lavanderia, por exemplo, as equipes estão priorizando a higienização dos materiais cirúrgicos para procedimentos eletivos. Inclusive, a gestão do hospital está priorizando os pacientes que já estão sendo assistidos pela unidade. Os que chegam não estão sendo admitidos por falta de recursos”, acrescentou João Wadson.

Além dessas reivindicações, segundo o diretor do Sintasa, os servidores do Hospital Cirurgia estão tendo que enfrentar más condições de trabalho e indefinições quanto à convenção coletiva, que trata de garantias trabalhistas, como o plano de carreira das categorias, contribuições sindicais, reajustes salariais, folgas, entre outros aspectos.

Técnica de Nutrição há 23 anos, Lúcia Gomes destaca a maneira como a ausência de repasses financeiros ao hospital tem afetado o serviço de assistência nutricional no Cirurgia.

“Há vários meses, estamos recebendo salários depois dos dias 15 ou 16 de cada mês e, além disso, testemunhando a inadimplência da unidade para com as empresas fornecedoras de alimentos. Com isso, somos obrigados a fazer ajustes para garantir a alimentação dos pacientes mais graves ou os mais vulneráveis, a exemplo dos idosos. Os funcionários também reclamam diante da alimentação inapropriada que está sendo servida, especialmente, nesse momento em que passam por dificuldades financeiras”, destacou a servidora.

Lúcia Gomes ressalta que falta de repasses compromete alimentação de pacientes e funcionários

Repasses

A suspensão dos serviços se dá em função da ausência de repasses financeiros por parte da Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), estando a unidade também apta a receber repasses financeiros do Governo do Estado. Conforme parecer da Secretaria de Estado da Saúde, um montante de R$ 1,17 milhão foi depositado ainda nesta segunda-feira, 11, e aguarda efetuação de pagamentos ao Hospital Cirurgia por parte da Prefeitura, responsável pelo repasse, tanto de recursos próprios, quanto do Governo Federal e do Estadual.

Por Nubia Santana    

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