Servidores protestam contra privatização do HU da UFS

Valéria e Brancilene: decisão monocrática da reitoria (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

Professores, servidores técnicos administrativos e profissionais da área de saúde realizaram um ato na manhã desta terça-feira, 22, em protesto à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), criada pelo Governo Federal para gerir os hospitais universitários das instituições de ensino de nível superior no país. A manifestação aconteceu no Hospital Universitário, organizado pela Frente Contra a Privatização da Saúde e apoio das centrais sindicais.

A manifestação contou com a presença da professora e pesquisadora Valéria Correia, da Universidade Federal de Alagoas, membro da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde.  “Não vamos abrir mão da gestão direta do Estado. Este modelo proposto pelo Governo Federal acaba com o concurso público para o regime único, acaba com o servidor público, que passa a ser empregado, e, por tabela, acaba com os serviços públicos porque possibilita a exploração da atividade econômica num espaço que desenvolve atividades essenciais, garantidas pela Constituição Federal, que é a saúde e educação públicas”, declarou a professora.

Servidores se concentram no HU

Segundo cálculos da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde, cerca de 20 instituições de ensino superior já aderiram ao novo modelo proposto pelo Governo Federal e os resultados práticos não são favoráveis. Segundo a professora Valéria, o Ministério Público Federal já interferiu, abrindo inquérito civil público para investigar possíveis irregularidades na Universidade Federal do Piauí, que aderiu à EBSERH em março do ano passado.

A professora Valéria Correia informou que o Governo Federal liberou recursos na ordem de R$ 10 milhões para a EBSERH no Piauí, mas apenas R$ 1 milhão foram aplicados no HU daquela instituição. “E ninguém sabe o paradeiro do restante do dinheiro”, considerou a professora.

Além desta observação, a professora revela que o Departamento de Auditoria do Sistema Único de Saúde constatou que há constante falta de medicamentos naquele HU, inclusive os básicos indispensáveis em qualquer unidade de saúde, a exemplo de tylenol e dipirona, e que a rede ambulatorial está subutilizada.

A Universidade Federal de Sergipe já aderiu ao modelo e o fez, segundo informações da presidente da Associação dos Docentes da UFS (Adufs), Brancilene Araújo, sem debater as consequências com a comunidade. Segundo Brancilene, a Adufs e o Sindicato dos Servidores Técnicos Administrativos (Sintufs) realizaram um plebiscito ouvindo a comunidade universitária e parte da população atendida pelo HU no qual 75% dos consultados disseram não à EBSERH. “Aqui foi uma decisão monocrática”, ressaltou a presidente da Adufs.

A presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Gabryella Garibaldi, justifica a adesão dos profissionais de saúde ao movimento contra à EBSERH. “Somos contra a tudo que precariza a saúde”, observa. “As práticas evidenciam que este modelo precariza os serviços”, complementa.

O Portal Infonet tentou ouvir a direção do HU, mas não conseguiu. A secretária da diretoria informou não havia diretores no local disponível para conceder entrevistas. Procurada pela equipe de reportagem, a assessoria de comunicação informou que a UFS só se manifestará a respeito depois da audiência pública que está ocorrendo na tarde desta quarta-feira, 22, no HU. O Portal Infonet permanece à disposição. Informações devem ser encaminhadas por e-mail jornalismo@infonet.com.br ou por telefone (79) 2106 – 8000.

Por Cássia Santana

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