Com o objetivo de encontrar quais são os fatores que estão impactando para a ocorrência dos casos, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) implantou em Sergipe a vigilância da sífilis congênita, criando, desse modo, um instrumento de investigação do agravo que neste ano de 2018 vitimou, até o momento, 180 bebês. Em 2017, foram registrados 320 casos de sífilis congênita, doença que já se tornou um problema de saúde pública, como disse a diretora de Vigilância em Saúde da SES, Mércia Feitosa. “Todos os casos de sífilis congênita notificados serão investigados”, atestou.
Para viabilizar a implantação do instrumento de investigação e assim fortalecer o Plano Estadual para a Eliminação da Sífilis Congênita, a diretora tem reunido os gestores da Vigilância Epidemiológica dos municípios sergipanos, aos quais têm sido repassadas as diretrizes do novo trabalho.
“Nós criamos um instrumento para que haja essa investigação, que vai começar desde o pré-natal da gestante até a ocorrência do caso na maternidade, ou seja, o nascimento do bebê com diagnóstico de sífilis congênita. A investigação será feita pelo município, que irá apurar o prontuário, o cartão da gestante, os exames feitos por ela”, explicou Feitosa.
A implantação da investigação epidemiológica da sífilis visa identificar e eliminar falhas na assistência às gestantes. Feitosa avalia que os municípios dispõem do teste rápido para o diagnóstico do agravo e da medicação para o tratamento da infecção, fornecida pelo Ministério da Saúde. “Eu tenho duas situações, ou seja, encontro o caso e o trato oportunamente. Então, não era para termos o número significativo de ocorrências de sífilis congênita que temos”, considerou a diretora da Vigilância em Saúde.
Analisa Mércia Feitosa que o número de casos é alto, apesar de a sífilis ser uma doença que pode ser evitada pela mulher com o uso de preservativo nas relações sexuais. Considerando todo o cenário que envolve o agravo, a diretora informou que este também é o momento de se avaliar a qualidade do pré-natal realizado na Atenção Básica, como está o diagnóstico da gestante com sífilis, o tratamento dessa mulher.
Nesta etapa do Plano Estadual de Eliminação da Sífilis Congênita, a expectativa é a de que o monitoramento do agravo possa identificar as fragilidades e, encontrando-as, sejam sanadas e se inicie o movimento de declínio da sífilis congênita no Estado, esperado desde 2011, quando o plano estadual foi implantado, segundo informou Mércia Feitosa.
Monitoramento atual
Até agora, a ocorrência da sífilis congênita é monitorada feita mensalmente pela Vigilância Epidemiológica. “A gente acompanha os casos, avalia os fatores, mas é uma avaliação de sistema, trabalhamos com as in formações que estão na ficha de notificação, com aquilo que vemos. é o que a gente está enxergando. O que nós queremos agora é incentivar os municípios a ampliar o olhar para o agravo. Assim, ao invés de ter o caso e só acompanhar e tratar, eles possam encontrar os fatores que ocasionaram a doença”, reforçou a diretora.
A sífilis é de detecção e tratamento fáceis, segundo in formou Mércia Feitosa, destacando também o baixo custo do cuidado, uma vez que o exame de laboratório VDRL (para diagnosticar e acompanhar a sífilis) também é de valor acessível, podendo ser executado pela Atenção Básica. O tratamento também não onera os cofres municipais, já que a medicação é fornecida pelo Ministério da Saúde.
Cuidado
Quando um caso de sífilis congênita ocorre a Secretaria de Estado da Saúde o identifica e entra imediatamente em contato com município para que a criança seja acompanha no seu local de residência pela Atenção Básica ou pelos ambulatórios de referência ( Follow-Up) das maternidades Nossa Senhora de Lourdes e Santa Izabel. Nas duas situações, os bebês são acompanhados e fazem exames mensal de segmento para ver se estão ou não reduzindo os títulos da sífilis, até ficarem curados.
O diagnóstico da sífilis congênita é dado nas maternidades. Nas unidades públicas o protocolo determina a testagem da mãe para HIV (Aids) e sífilis, o que é feito na sua chegada à maternidade, antes do parto. Se o resultado for positivo para sífilis, a criança também será testada para a doença ao nascer e tratada com antibiótico, durante os 10 dias do seu internamento.
Fonte: SES
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